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Surto do sorotipo 3 da dengue acende alerta no Brasil após 17 anos de ausência

Em 2025, até o dia 8 de janeiro, foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 mortes em investigação por dengue.

O Brasil enfrenta um cenário preocupante na saúde pública com a recente identificação do sorotipo 3 da dengue, que não circulava no país de forma predominante desde 2008. Este ressurgimento do vírus, principalmente em estados como São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná, eleva o risco de uma nova onda de casos, visto que grande parte da população não possui imunidade a esse sorotipo.

Dados do Ministério da Saúde revelam que, em 2024, o sorotipo 1 foi o mais prevalente, presente em 73,4% das amostras positivas. No entanto, nas últimas semanas de dezembro, observou-se uma mudança expressiva para o sorotipo 3. A secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, enfatizou durante coletiva de imprensa a necessidade de monitoramento constante, pois “temos 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Então, temos muitas pessoas suscetíveis”.

Uma projeção baseada em dados de 2023 e 2024 indica que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná devem concentrar o maior número de casos em 2025, com incidência superior à registrada no ano anterior. O fenômeno climático *El Niño*, com altas temperaturas e períodos de seca, também contribui para o aumento da proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.

A secretária de Vigilância em Saúde destacou ainda que o aumento da circulação do sorotipo 3 não estava previsto nos modelos anteriores e está sendo monitorado de perto para entender sua disseminação. Ela informou que, nas últimas quatro semanas de 2024, 84% dos casos de dengue se concentraram em São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Santa Catarina.

Outras arboviroses em alerta

Além da dengue, o país também enfrenta um aumento nos casos de outras arboviroses. Nas últimas quatro semanas de 2024, 82% dos casos prováveis de Zika foram identificados no Espírito Santo, Tocantins e Acre. Já a Chikungunya apresentou 3.563 casos prováveis no mesmo período, com 76,3% deles concentrados em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.

A febre do Oropouche também preocupa as autoridades, com 90% dos casos concentrados no Espírito Santo. Embora tenha havido uma queda no número de casos da doença na primeira semana de 2025 (98 casos) em comparação com a primeira semana de 2024 (471 casos), o cenário requer atenção.

Ações de resposta do Governo

Diante da situação, o Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) para dengue e outras arboviroses. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que o objetivo é coordenar o planejamento e a resposta através do diálogo entre estados, municípios, pesquisadores e instituições científicas. O governo lançou um novo Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, com seis eixos para ampliar as medidas preventivas e preparar a rede assistencial.

Entre as principais ações estão a expansão do método Wolbachia, que utiliza mosquitos infectados com a bactéria para reduzir a transmissão da dengue, de três para 40 cidades em 2025, a implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas, borrifação residual em áreas de grande circulação, estações disseminadoras de larvicidas, uso de BTI e outras medidas para monitorar e controlar o mosquito Aedes aegypti.

A pasta também adquiriu 9,5 milhões de doses de vacinas contra a dengue para 2025 e pretende intensificar a imunização em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Ethel Maciel informou que o governo possui um estoque de cerca de 3 milhões de doses distribuídas aos estados e municípios em 2024 que ainda não foram aplicadas.

Em 2024, o Brasil registrou 6,4 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos. Em 2025, até o dia 8 de janeiro, foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 mortes em investigação por dengue.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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