Ciência

Plutão e Caronte: Estudo revela colisão que moldou sistema binário

Um novo estudo sugere que a história de Plutão e sua lua, Caronte, pode ter começado com um evento de “beijo e captura”. A pesquisa propõe que esses corpos celestes colidiram há bilhões de anos, permanecendo juntos por um breve período antes de se separarem em uma dança orbital estável. Essa teoria desafia modelos anteriores que sugeriam que Caronte teria se formado a partir de um impacto gigante, como o que se acredita ter originado a Lua da Terra.

O mecanismo de “beijo e captura” é diferente dos cenários de colisão mais comuns, classificados como “atingir e correr” ou “raspar e fundir”. De acordo com Adeene Denton, cientista planetária da Universidade do Arizona, em vez de uma fusão ou desintegração completa, os corpos se uniram brevemente e depois se separaram, mantendo uma ligação gravitacional. Essa descoberta desafia os modelos tradicionais que se aplicam a corpos mais próximos do Sol, dentro da linha de congelamento, onde gases como a água se condensam em grãos congelados. Os modelos de impacto gigante funcionam bem para objetos mais quentes e fluidos, como a Terra e a Lua, que se comportam mais como líquidos durante uma colisão.

Diferenças entre Plutão e Caronte

Plutão e Caronte, por outro lado, são corpos menores e mais frios, compostos por rocha e gelo. Plutão tem um diâmetro de 2.376 quilômetros, enquanto Caronte tem 1.214 quilômetros. Eles orbitam um centro de gravidade comum a uma distância de cerca de 19.500 quilômetros. O alinhamento do eixo orbital de Plutão com o de Caronte sugere uma origem conjunta a partir de uma colisão, mas o tamanho e a órbita de Caronte são difíceis de conciliar com modelos de impacto gigante tradicionais. O estudo considera a resistência desses materiais rochosos e gelados, demonstrando que, ao contrário de corpos mais fluidos, Plutão e Caronte não se destruíram completamente durante a colisão.

O “Beijo” e a separação

As simulações mostraram que, em vez de se fundirem ou gerar muitos detritos, Plutão e Caronte permaneceram mais ou menos intactos durante a colisão, formando uma binária de contato, similar ao objeto Arrokoth, no sistema solar distante. Ambos os corpos mantiveram suas composições originais e, posteriormente, se separaram, atingindo suas órbitas, formas e eixos atuais. As simulações conseguiram reproduzir as propriedades orbitais observadas dos dois corpos de forma precisa. Segundo Erik Asphaug, também da Universidade do Arizona, os parâmetros do modelo que explicam a formação de Caronte a colocam na órbita correta, mostrando a precisão da nova teoria.

Este achado indica que a formação de corpos planetários e seus companheiros é mais diversa do que se pensava, e que desconsiderar propriedades físicas pode levar a uma compreensão incompleta do universo. A nova teoria fornece aos astrônomos uma nova ferramenta para compreender a evolução de Plutão ao longo do tempo e como a configuração inicial afeta a geologia da superfície do planeta. O calor do impacto e as forças de maré subsequentes poderiam ter moldado as características que observamos hoje em Plutão. O estudo foi publicado na revista Nature Geoscience.

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Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas. Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo. Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores. Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para [email protected].

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