Uma nova investigação revelou que o Credit Suisse, um dos maiores bancos da Suíça, reteve informações cruciais sobre suas ligações com o Terceiro Reich durante investigações anteriores. O Wall Street Journal reportou que auditorias realizadas na década de 1990 não conseguiram descobrir a total extensão da cooperação dos bancos com os nazistas.
As investigações da década de 1990 resultaram no pagamento de US$ 1,25 bilhão em restituição a vítimas do Holocausto que perderam suas contas suíças ou foram usadas como trabalhadores escravos durante a Segunda Guerra Mundial. Em 2023, o UBS adquiriu o Credit Suisse para evitar seu colapso.
De acordo com a reportagem, uma nova investigação independente descobriu um conjunto de arquivos de clientes marcados como ‘lista negra americana’ nos arquivos do Credit Suisse. Essa designação era usada para aqueles que financiavam ou negociavam com os nazistas ou seus parceiros do Eixo.
O WSJ teve acesso a uma carta enviada ao Senado dos EUA no final de dezembro pelo chefe da investigação, Neil Barofsky, sócio da firma de advocacia Jenner & Block e ex-procurador dos EUA. No documento, Barofsky revelou que:
“A investigação identificou dezenas de indivíduos e entidades legais conectados com atrocidades nazistas cujos relacionamentos com o Credit Suisse não foram previamente identificados, ou para os quais o relacionamento foi parcialmente identificado, mas a natureza completa do envolvimento do banco ainda não foi divulgada publicamente.”
A investigação revelou, entre outras coisas, uma conta até então desconhecida controlada por oficiais da SS (uma unidade paramilitar de elite nazista) e um intermediário suíço. As empresas que utilizavam esta conta promoviam as políticas econômicas do Terceiro Reich, incluindo a apreensão de empresas de proprietários judeus e lucrando com o trabalho forçado em campos de concentração, de acordo com o relatório.
Barofsky também afirmou que há indícios de que o Credit Suisse encobriu suas ligações com os nazistas durante as investigações anteriores, ao não compartilhar todas as informações que possuía. A abordagem geral do banco, segundo ele, tem sido fornecer apenas as informações solicitadas e não oferecer informações adicionais.
A equipe de Barofsky continua a investigação e seu relatório final está previsto para ser divulgado no início de 2026, de acordo com o WSJ.
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