O Ibovespa fechou em leve alta de 0,12%, atingindo 134.737 pontos nesta segunda-feira (9), impulsionado pelo avanço das ações da Petrobras (PETR4) e de bancos, acompanhando a recuperação do preço do petróleo no mercado internacional. O dólar também registrou queda de 0,15%, sendo cotado a R$ 5,58. O volume financeiro do pregão foi de R$ 12 bilhões, abaixo da média dos últimos 12 meses.
A semana começou com os investidores atentos à divulgação dos próximos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos, que serão decisivos para as próximas decisões de política monetária do Copom e do Federal Reserve. A chamada “Superquarta” de 18 de setembro trará anúncios importantes sobre a Selic no Brasil e os juros americanos, e as expectativas estão divididas entre um corte moderado de 0,25 ponto percentual nos EUA e uma possível alta dos juros no Brasil.
Ações em destaque no pregão
Entre os destaques positivos do dia, as ações da Petrobras (PETR4) subiram 1,09%, refletindo a alta do preço do petróleo após temores de um possível furacão no Golfo do México, o que poderia impactar a oferta global da commodity. O movimento de alta compensou as perdas recentes da estatal, que sofreu com as preocupações de queda na demanda global, principalmente nos EUA e na China.
Além disso, o setor bancário teve uma performance positiva, com Itaú Unibanco (ITUB4) avançando 0,97%, Bradesco (BBDC4) subindo 0,32%, e Banco do Brasil (BBAS3) apresentando ganho de 1,25%. A força do setor bancário foi um dos pilares da leve alta do índice, uma vez que as instituições financeiras representam uma parte significativa do Ibovespa.
A Vale (VALE3), maior mineradora do país, encerrou o dia estável, refletindo a recuperação dos preços do minério de ferro após seis dias consecutivos de queda. Apesar da melhora, a companhia perdeu força nos momentos finais do pregão, devido a preocupações contínuas com a economia chinesa.
Por outro lado, o destaque negativo foi a Azul (AZUL4), que caiu expressivos 8,33%, renovando sua mínima histórica. Os temores sobre a saúde financeira da empresa aumentam, com analistas especulando a possibilidade de recuperação judicial. A companhia aérea busca alternativas para sua reestruturação de capital, mas os investidores continuam céticos quanto ao futuro da empresa.
Expectativa com os próximos dados de inflação
A volatilidade no mercado é resultado das expectativas com a divulgação dos índices de inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. No Brasil, o índice oficial (IPCA) de agosto será divulgado nesta terça-feira (10), com projeção de desaceleração anual para 4,27%, segundo estimativas do Boletim Focus. Já nos EUA, os dados de inflação ao consumidor (CPI) serão divulgados na quarta-feira (11), enquanto o índice de inflação ao produtor (PPI) sai na quinta-feira (12).
Esses dados são cruciais, pois definirão as apostas dos investidores em relação ao tamanho da próxima redução de juros pelo Fed. Se os números de inflação vierem abaixo das expectativas, pode haver uma reação de aversão ao risco nos mercados, uma vez que isso indicaria a possibilidade de uma recessão na maior economia do mundo. Para o Brasil, o Copom se reúne também na próxima semana e já se discute a elevação da Selic dos atuais 10,50% para 11,25%.
Cenário internacional: Wall Street e Europa em alta
Os principais índices de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira, com o S&P 500 subindo 1,16%, após uma semana de fortes perdas. A expectativa com os dados de inflação também movimenta o mercado norte-americano, com investidores tentando prever o tamanho do próximo corte de juros pelo Fed.
Na Europa, as bolsas também encerraram o dia com ganhos moderados, à espera da decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE), prevista para esta quinta-feira. O índice Stoxx 600, que reúne as principais ações europeias, subiu 0,82%, com destaque para o setor de viagens e lazer, que avançou 2,18%.
Com o cenário global ainda marcado pela incerteza, tanto no Brasil quanto no exterior, a volatilidade deve continuar no curto prazo. O foco está nos dados de inflação e nas decisões de política monetária dos principais bancos centrais do mundo. A recuperação dos preços do petróleo e do minério de ferro oferece algum alívio, mas preocupações com a demanda global e a estabilidade fiscal brasileira mantêm os investidores em alerta.
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