A ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um alerta à população brasileira sobre o risco aumentado de casos de dengue no próximo verão. Durante uma mobilização no bairro do Caju, Rio de Janeiro, neste sábado (14/12/2024), a ministra enfatizou a importância da prevenção como medida fundamental para reduzir o impacto da doença. O combate à dengue exige ação global, alerta a ministra Nísia Trindade, como destacado em matéria anterior.
Prevenção como principal arma contra a dengue
Segundo a ministra, "Cada um de nós tem responsabilidades, 75% dos focos se encontram nas nossas casas ou no entorno das nossas casas. [É preciso] conversar com as comunidades, alertar sobre como se proteger em relação à dengue". Ela agradeceu aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo trabalho contínuo no combate à doença. A mobilização nacional para prevenção, como o Dia D contra a Dengue, é crucial neste contexto.
Embora a previsão exata de casos ainda esteja em estudo, a ministra deixou claro que ações preventivas intensificadas agora podem significativamente diminuir o número de infecções no verão. "O que temos neste momento é a clareza de que quanto mais fizermos agora, mais reduziremos os casos. Que teremos muitos casos de dengue [no próximo verão], provavelmente teremos por temperaturas altas e chuvas. Mas o grande esforço agora é reduzir ao máximo [os casos]" afirmou Nísia Trindade.
Regiões de maior risco e doenças associadas
As autoridades sanitárias apontam para uma possível concentração maior de casos nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, devido à menor exposição a alguns sorotipos da dengue em anos anteriores. A ministra lembrou que o combate à dengue também envolve o controle da zika e chikungunha, transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti.
Entendendo a dengue e suas medidas de prevenção
A dengue é causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. A mobilização do Dia D contra a Dengue visa conscientizar a população e os agentes públicos sobre a importância da eliminação de criadouros, por meio de ações simples, como tampar caixas d'água, limpar calhas e descartar o lixo adequadamente. O Brasil se mobiliza para conter um surto recorde, conforme reportagem anterior.
Papel das prefeituras e atenção aos sintomas
A ministra Nísia Trindade destacou a responsabilidade das prefeituras na manutenção das medidas de prevenção, especialmente com a transição de poder após as eleições municipais. "As prefeituras devem sempre seguir a linha de não deixar o lixo urbano e a água acumular", lembrou. A ministra também enfatizou o aumento global da dengue, relacionado ao aumento das temperaturas: "Com a elevação das temperaturas, temos dengue hoje em 200 países. Passamos a ter dengue na Região Sul do Brasil, onde antes não havia. Então, vamos trabalhar juntos nesse enfrentamento porque muito depende de nós", frisou. A ministra defende a ação global no combate à dengue, como abordado em outra publicação.
Em caso de sintomas como febre, manchas vermelhas no corpo e dor atrás dos olhos, a população deve procurar imediatamente uma unidade de saúde. Estados e municípios precisam garantir a capacitação adequada dos profissionais de saúde para lidar com esses casos. "A dengue é uma doença que não é para matar, porque com hidratação e com cuidado adequado evitamos o pior", acentuou a ministra.
Números e grupos de risco
Em 2024, o Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná registraram a maior incidência da doença. São Paulo apresentou o maior número de casos graves e mortes, seguido por Minas Gerais. A faixa etária mais afetada é a de 20 a 29 anos, com 55% dos casos em mulheres. Idosos, bebês, grávidas e pessoas com outras condições de saúde são considerados grupos de maior risco.
Sintomas e tratamento
Os principais sintomas incluem febre alta repentina, dor de cabeça, prostração e dores musculares e articulares, além da característica dor atrás dos olhos. Entre o terceiro e o sétimo dia, podem surgir vômitos, dor abdominal, desmaio e sangramento, indicando agravamento. A dengue pode causar extravasamento de plasma e hemorragias, exigindo atenção médica imediata. Não existe um tratamento específico, sendo crucial evitar a automedicação, pois alguns analgésicos e anti-inflamatórios podem aumentar o risco de hemorragias.
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