Gabrielzinho, nadador paralímpico brasileiro, eleito o melhor do ano pelo jornal francês L’Équipe

O nadador paralímpico brasileiro Gabriel Araújo, conhecido como Gabrielzinho, foi consagrado como o melhor atleta paralímpico de 2024 pelo renomado jornal francês L’Équipe. A premiação, intitulada Campeões dos Campeões, reconheceu também outros três atletas de destaque: a ginasta norte-americana Simone Biles, o nadador francês León Marchand e a nadadora paralímpica chinesa Yuyan Jiang. Esta é a primeira vez que a premiação, com início em 1946, avalia o desempenho de atletas paralímpicos.

Gabrielzinho, de 22 anos, conquistou três medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, nas provas de 200 metros, 50 metros e 100 metros costas, na classe S2. Ele foi o primeiro atleta da natação paralímpica brasileira a conquistar o ouro nestes jogos. A premiação da nadadora chinesa Yuyan Jiang como melhor atleta paralímpica do ano também foi destaque na premiação.

Nascido em Santa Luzia, Minas Gerais, Gabrielzinho também teve a honra de ser o porta-bandeira da delegação brasileira em Paris. Sua atuação nos Jogos foi marcada pela irreverência e celebração, com danças e brincadeiras no pódio, que conquistaram o público francês na Arena La Defense. O atleta já havia se destacado nos Jogos de Tóquio, onde conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata.

Na disputa pelo título de melhor atleta paralímpico do ano pelo L’Équipe, Gabrielzinho superou nomes como o bielorrusso Ihar Boki, maior medalhista de Paris 2024 com cinco ouros, e o paraciclista francês Alexandre Léauté, que conquistou dois ouros em Paris. Em reportagem do jornal francês, Gabrielzinho foi descrito como um “fenômeno da água”. Em entrevista ao jornal, Gabrielzinho expressou sua alegria com a conquista, comparando-a a vencer a Bola de Ouro do futebol: “para mim, foi como se eu tivesse vencido a Bola de Ouro do futebol.”

O sucesso de Gabrielzinho nas Paralimpíadas de Paris 2024 foi tão expressivo que ele recebeu uma homenagem especial na cerimônia de encerramento. Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador, destacou a importância do atleta como parte dos momentos mais memoráveis dos Jogos.

No Brasil, Gabrielzinho também foi reconhecido como o melhor atleta do ano, ao lado da nadadora pernambucana Carol Santiago, no Prêmio Paralímpicos, concedido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Gabrielzinho nasceu com focomelia, uma doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. Seu contato com a natação aconteceu na escola em que estudava em Juiz de Fora, onde um professor de educação física reconheceu seu talento.

Veja a publicação original no Twitter: