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Copom inicia reunião sob nova liderança com expectativa de aumento na Selic

A Selic, que havia se mantido em 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, iniciou seu ciclo de alta em setembro, com aumentos de 0,25 ponto.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deu início, nesta terça-feira (28), à sua primeira reunião sob a presidência de Gabriel Galípolo. A pauta principal do encontro é a definição da nova taxa básica de juros, a Selic, em meio a um cenário de alta do dólar e aumento nos preços dos alimentos.

Esta será a quarta elevação consecutiva da Selic. De acordo com o mais recente boletim Focus, pesquisa semanal realizada pelo BC com analistas de mercado, a expectativa é de que a taxa suba 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano.

Justificativa para o aumento

No comunicado da reunião de dezembro, o Copom já havia sinalizado a intenção de elevar a Selic em 1 ponto percentual nas reuniões de janeiro e março. Segundo o comitê, o aumento da incerteza no cenário internacional e os ruídos fiscais gerados pelo pacote do governo no final de 2024 justificam a necessidade de uma política monetária mais restritiva.

A decisão do Copom será divulgada nesta quarta-feira (29), ao final do dia, em meio a um cenário de alta do dólar e aumento nos preços dos alimentos. A Selic, que havia se mantido em 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, iniciou seu ciclo de alta em setembro, com aumentos de 0,25 ponto, 0,5 ponto e 1 ponto percentual nas reuniões seguintes.

Pressão inflacionária

A ata da última reunião do Copom alertou para a necessidade de prolongar o ciclo de alta da Selic. O órgão enfatizou que o cenário econômico exige uma política monetária contracionista e reafirmou a intenção de realizar duas elevações de 1 ponto percentual na taxa. O Banco Central mencionou a recente alta do dólar e da inflação como fatores que justificam uma política ainda mais restritiva.

O boletim Focus também revelou que a estimativa de inflação para 2025 subiu de 4,96% para 5,5% nas últimas quatro semanas. Esse valor ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% para este ano, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual, permitindo que chegue a 4,5%.

A Selic e seu impacto

A taxa básica de juros, a Selic, é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. O BC opera diariamente no mercado aberto, comprando e vendendo títulos públicos para manter a taxa de juros próxima do valor definido nas reuniões do Copom.

Quando o Copom eleva a Selic, o objetivo é frear a demanda aquecida. Isso impacta os preços, pois juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Por outro lado, taxas mais altas podem dificultar a expansão da economia. No entanto, além da Selic, os bancos consideram outros fatores, como risco de inadimplência e despesas administrativas, ao definir os juros cobrados dos consumidores.

A redução da Selic, por sua vez, tende a tornar o crédito mais barato, incentivando a produção e o consumo, o que pode reduzir o controle da inflação e impulsionar a atividade econômica.

O processo de decisão do Copom

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia de cada encontro, são apresentadas análises técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial, bem como o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, que são a diretoria do BC, analisam as informações e definem a Selic.

Sob o novo sistema de meta contínua, em vigor a partir deste mês, a meta de inflação a ser perseguida pelo BC é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (ou seja, entre 1,5% e 4,5%).

Nesse modelo, a meta é apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em janeiro de 2025, a inflação desde fevereiro de 2024 é comparada com a meta e seu intervalo de tolerância. O procedimento se repete a cada mês, com a análise se deslocando ao longo do tempo e não ficando restrita ao índice de dezembro de cada ano.

No último Relatório de Inflação, divulgado em dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2025 em 4,5%. No entanto, essa estimativa pode ser revisada dependendo do comportamento do dólar e da inflação. O próximo relatório será divulgado no final de março.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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