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Caos no trânsito de Natal: imprudência e falta de respeito dominam as ruas

As regras de trânsito, que deveriam garantir segurança, são ignoradas por grande parte dos motoristas. O respeito, a paciência e a educação no volante são qualidades raras.

Dirigir pelas ruas de Natal é um verdadeiro teste de paciência. Todos os dias, enfrento um trânsito onde o desrespeito às regras se tornou a norma. Parece que para muitos motoristas, usar a seta é opcional, parar no sinal vermelho é um desperdício de tempo e respeitar a faixa de pedestres é um conceito inexistente.

O problema está em toda parte. Na Prudente de Morais, os carros cortam de uma faixa para outra sem o menor aviso. Na Roberto Freire, disputo espaço com condutores que aceleram de maneira irresponsável e motociclistas que surgem de todos os lados. Se tento mudar de faixa corretamente, raramente alguém dá passagem. Pelo contrário, a reação mais comum é o motorista acelerar ainda mais para impedir a manobra.

A pior parte é que ninguém aceita ser corrigido. Se alguém ousa reclamar, recebe como resposta uma buzinada agressiva ou até mesmo insultos. Já presenciei situações onde motoristas cometem infrações evidentes e, ao serem alertados, se sentem ofendidos e agem como se estivessem certos. Existe uma cultura de imprudência, onde errar e ainda achar ruim virou um comportamento comum.

O caos da Zona Norte

Se o trânsito é complicado no restante da cidade, na Zona Norte ele atinge um nível ainda mais crítico. A João Medeiros Filho, uma das avenidas mais movimentadas da região, é um verdadeiro festival de imprudência. Motoqueiros costuram entre os carros sem se preocupar com a segurança, motoristas mudam de faixa abruptamente e, se alguém freia bruscamente para evitar um acidente, já pode esperar uma enxurrada de buzinas e xingamentos.

Já perdi a conta de quantas vezes presenciei freadas bruscas e colisões evitadas por pouco. Dirigir ali não é apenas uma questão de atenção, mas de sorte. O cenário é sempre o mesmo: falta de paciência, disputas por espaço e manobras arriscadas que colocam todos em perigo.

Vias sem estrutura e trânsito ainda mais complicado

Como se não bastasse o comportamento imprudente de muitos motoristas, as condições das vias também tornam a situação ainda pior. A Moema Tinôco é um exemplo clássico. A cada chuva, o trecho vira um lamaçal, e os motoristas são obrigados a escolher entre cair em buracos ou fazer manobras arriscadas para evitar danos aos veículos. Dirigir ali é uma mistura de habilidade e sorte, porque a qualquer momento pode surgir um buraco novo no caminho.

A Hermes da Fonseca, que liga Tirol e Petrópolis, também não fica atrás. A impaciência dos condutores transforma a via em um cenário de estresse constante. Basta um segundo de atraso para arrancar no sinal verde e os motoristas atrás já iniciam uma sinfonia de buzinas. Natal tem um problema sério com o uso excessivo da buzina: ela é acionada para tudo, desde um leve atraso até um simples momento de cautela na direção.

Horários de pico e o trânsito que não flui

Nos horários de pico, a situação fica insustentável. O congestionamento na Ponte de Igapó chega a ser desanimador. A qualquer momento do dia, mas especialmente nas primeiras horas da manhã e no fim da tarde, o trânsito simplesmente não anda. A Avenida Salgado Filho e a BR-101 sofrem com o mesmo problema, com longas filas de veículos e motoristas tentando encontrar qualquer brecha para avançar, mesmo que isso signifique cortar outros carros ou andar pelo acostamento.

Diante desse cenário, muitos motoristas buscam alternativas por rotas secundárias, como as avenidas Interventor Mário Câmara e Capitão-Mor Gouveia. No entanto, essas vias também não oferecem muito alívio, pois apresentam seus próprios desafios, como buracos, falta de iluminação e ausência de sinalização adequada.

O trânsito em Natal virou um jogo de sobrevivência

A sensação que tenho ao dirigir pela cidade é de que estou em uma guerra urbana, onde cada um luta por si. As regras de trânsito, que deveriam garantir segurança, são ignoradas por grande parte dos motoristas. O respeito, a paciência e a educação no volante são qualidades raras.

Enquanto esse comportamento irresponsável continuar, dirigir em Natal seguirá sendo um desafio diário, onde não basta apenas conhecer as regras, mas também prever os erros dos outros e torcer para que ninguém decida ultrapassar pelo acostamento ou furar um sinal vermelho bem na sua frente.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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