Cientistas descobriram um novo exoplaneta, classificado como superterra, com uma densidade surpreendente: equivalente à do chumbo. Denominado K2-360 b, este corpo celeste possui 7,7 vezes a massa da Terra, porém, seu diâmetro é apenas 1,6 vezes maior que o do nosso planeta. Isso resulta em uma densidade de aproximadamente 11 gramas por centímetro cúbico.
Essa densidade excepcional o torna o planeta mais denso conhecido em sua classe – superterras de período ultracurto (USP). O termo "ultracurto" se justifica pelo seu curto período orbital: um "ano" de apenas 21 horas, ou seja, muito menos que um dia terrestre. A proximidade com sua estrela permitiu sua descoberta em 2016, pela missão K2 da NASA, através da observação de sua sombra transitando em frente à estrela. Observações subsequentes permitiram a medição de sua massa e raio, possibilitando o cálculo da densidade.
A densidade de K2-360 b, o dobro da densidade terrestre (5,5 g/cm³), supera a de outros planetas de alta densidade já conhecidos, como GJ 367b e TOI-1853b. Embora TOI-4603b apresente uma densidade ainda maior (14,1 g/cm³), este último se encontra na fronteira entre exoplaneta e anã marrom.
Em contraste, exoplanetas como os do sistema Kepler 51 apresentam densidades extremamente baixas, cerca de 0,03 g/cm³, comparáveis à da algodão doce. Para compreender a composição de K2-360 b, os pesquisadores criaram um modelo de seu interior, indicando um núcleo de ferro que representa cerca de 48% de sua massa. O estudo publicado na revista *Scientific Reports* sugere que o exoplaneta seja o núcleo remanescente de um gigante gasoso que migrou para mais perto de sua estrela.
A intensa radiação estelar teria então removido suas camadas gasosas externas, restando um núcleo rochoso, possivelmente coberto por oceanos de lava. A existência de um planeta maior e mais distante no mesmo sistema, K2-360 c, com características semelhantes a Netuno, fornece pistas sobre essa migração. Segundo Alessandro Trani, astrofísico do Instituto Niels Bohr, "nossos modelos dinâmicos indicam que K2-360 c pode ter empurrado o planeta interior para sua órbita atual através de um processo chamado migração de alta excentricidade", conforme declaração publicada em Phys.org. Ele acrescenta que "isso envolve interações gravitacionais que primeiro tornam a órbita do planeta interior muito elíptica, antes que as forças de maré a circularizem gradualmente perto da estrela. Alternativamente, a circularização das marés poderia ter sido induzida pela inclinação axial do planeta."
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