Um novo estudo sugere que um objeto interestelar, com massa entre 2 e 50 vezes maior que a de Júpiter, pode ter influenciado significativamente a configuração orbital dos planetas em nosso Sistema Solar. A pesquisa, publicada recentemente, desafia teorias previamente estabelecidas sobre a formação e evolução do sistema planetário.
As órbitas planetárias, inicialmente quase circulares e coplanares devido à conservação do momento angular durante a formação a partir de um disco de gás e poeira, sofreram alterações ao longo do tempo. Interações gravitacionais entre os planetas em crescimento, além das forças de maré solares, causaram migrações orbitais, mudanças na excentricidade e inclinação, e até mesmo ejeções de protoplanetas.
Segundo a pesquisa liderada por Garett Brown, da Universidade de Toronto, as atuais teorias sobre as órbitas dos gigantes gasosos não conseguem explicar completamente as observações. A equipe propõe que a passagem de um objeto interestelar, com um periélio (ponto mais próximo do Sol) inferior a 20 unidades astronômicas e velocidade hiperbólica excessiva inferior a 6 km/s, oferece uma explicação mais plausível.
O estudo, disponível em arxiv.org/abs/2412.04583, indica que há uma chance de 1 em 100 de um visitante interestelar causar as órbitas que observamos hoje – probabilidade significativamente maior que a oferecida por outras teorias. Simulações, baseadas em valores aproximados das propriedades do hipotético objeto interestelar, reforçam a plausibilidade da nova teoria.
O primeiro objeto interestelar confirmado, ‘Oumuamua, descoberto em 2017, apresentou formato alongado e aceleração incomum, possivelmente devido à liberação de gases ou outras forças não gravitacionais. Este e outros visitantes interestelares, embora raros, fornecem informações valiosas sobre sistemas planetários distantes.
A pesquisa da Universidade de Toronto sugere que a influência gravitacional de um objeto interestelar de grande porte pode ter sido um fator crucial na modelagem das órbitas planetárias em nosso Sistema Solar. A explicação se baseia em cálculos e simulações, e demonstra uma probabilidade consideravelmente maior em comparação com outras teorias existentes.
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