A proposta da Estação Ciência Cidade do Sol, idealizada pelo professor José Dias do Nascimento Jr., do Departamento de Física da UFRN, serviu de inspiração para o documentário “Ribeira: entre as ruas e o rio”, vencedor da categoria Produto Especial no 3° Prêmio “Natal sem Igual”. O filme, dirigido pelos jornalistas Isabela Santos, Mirella Lopes e Paulo Henrique, ex-alunos da UFRN e integrantes do portal O Fôlego, destaca a importância da revitalização urbana da Ribeira e a necessidade de integrar o Rio Potengi à cidade.
Ciência e urbanismo conectados
O projeto Estação Ciência Cidade do Sol propõe a criação de um centro interativo de ciência, unindo tecnologia, aprendizado e experimentação para públicos de todas as idades. As imagens e o projeto arquitetônico foram desenvolvidos pelo arquiteto Haroldo Maranhão, colaborador da iniciativa.
A ideia se baseia na reintegração do Rio Potengi à cidade, conceito inspirado no jornalista Manoel Dantas, que, em 1909, imaginou o futuro de Natal 50 anos à frente. O professor Dias reforça essa visão com a reflexão do historiador Câmara Cascudo, que afirmava que a cidade havia “dado as costas para o rio”.
“Esta proposta busca resgatar a conexão histórica de Natal com o Potengi, tentando recuperar quase um século de atraso”, explica o astrofísico.
Para Dias, o projeto tem o potencial de transformar sociedades e inspirar gerações, promovendo o acesso à ciência e tecnologia como motores do desenvolvimento urbano sustentável.
“A Estação Ciência Cidade do Sol representa uma iniciativa visionária para Natal, despertando a curiosidade científica e aproximando o conhecimento da população. O documentário é um registro essencial desse movimento, que pode inspirar ações concretas em prol da democratização do saber e da inovação na cidade.”
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Ciência acessível para todos
A proposta nasceu da necessidade de um espaço voltado à popularização científica em Natal, que, apesar de abrigar instituições renomadas como a UFRN, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), ainda carece de um museu interativo para facilitar o acesso ao conhecimento.
Dias destaca que a Estação Ciência Cidade do Sol se inspira em modelos bem-sucedidos, como o Espaço Ciência (PE) e a Estação Cabo Branco (PB), localizada na Ponta do Seixas, um dos cartões-postais de João Pessoa.
Além do centro de ciência, o projeto prevê a criação do Barco Escola Cidade do Sol, que integrará educação e pesquisa ao ambiente fluvial, proporcionando novas experiências de aprendizado.
Natal como referência científica
Um dos pontos fortes da proposta é a localização estratégica de Natal, próxima à linha do Equador, que favorece operações espaciais, lançamentos de satélites e pesquisas ambientais e oceânicas. No entanto, a falta de um centro de ensino não formal impede que a população explore esse potencial ao máximo.
Para o pró-reitor de Extensão da UFRN, professor Graco Aurélio Viana, um espaço como esse faria de Natal uma referência nacional na disseminação do conhecimento científico e tecnológico.
“Qualquer gestor que queira montar um projeto dessa natureza será muito bem-vindo. Estamos utilizando o melhor que a universidade pode oferecer, impactando positivamente a sociedade com ações de extensão”, afirma.
Segundo o pró-reitor, o projeto representa um passo fundamental para a construção de uma cidade moderna, sustentável e alinhada com as grandes transformações do século XXI.
“A UFRN reafirma seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento, apoiando iniciativas que promovam o avanço da ciência e da educação. A Estação Ciência Cidade do Sol é um convite para que Natal sonhe grande e invista no futuro de suas próximas gerações.”
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