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Lula e Boric impulsionam comércio Brasil-Chile e defendem integração latino-americana

Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Sociedad de Fomento Fabril do Chile, o fórum reuniu cerca de 250 participantes, incluindo empresários, representantes de entidades setoriais e autoridades dos dois países.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gabriel Boric se encontraram em Brasília para discutir o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Chile. Lula enfatizou a necessidade de os empresários de ambos os países aprofundarem seus laços comerciais para impulsionar o crescimento econômico bilateral, incentivando, inclusive, a importação de produtos chilenos pelo Brasil para equilibrar a balança comercial.

Um bom negócio é aquele que todos ganham. E como maior economia da América Latina, o Brasil tem que entender que ele é obrigado a flexibilizar para que as coisas possam acontecer. Não é fazer favor, é ser justo, afirmou Lula durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Chile.

O intercâmbio comercial entre as duas nações atingiu US$ 11,7 bilhões em 2024, com exportações brasileiras para o Chile totalizando US$ 6,7 bilhões e importações de US$ 5 bilhões. O Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América do Sul, enquanto o Chile ocupa a sétima posição na lista de parceiros comerciais do Brasil, representando 2,1% do comércio brasileiro.

Lula também alertou sobre a dependência de ajuda externa de países mais ricos, como os Estados Unidos e a União Europeia, argumentando que a prosperidade da América Latina deve ser construída com base na capacidade e investimento interno. 

Ninguém vai fazer a gente ficar rico, eles é que vão ficar ricos. O que nós precisamos é nós queremos ficar ricos a partir da nossa capacidade, do nosso investimento, declarou o presidente brasileiro.

Boric, por sua vez, destacou a estabilidade socioeconômica do Chile como atrativo para investimentos estrangeiros. O Chile é um parceiro confiável, um país estável, seguro que respeita as regras do jogo e com quem é possível fazer negócios de benefício mútuo, assegurou o presidente chileno. Ele também reiterou a posição chilena contra guerras comerciais, defendendo o comércio como ferramenta de união entre povos e geração de riqueza.

Acreditamos que o comércio é para irmanar os povos, para gerar riqueza e repartir da melhor maneira. Quando se opta pelo protecionismo, os prejudicados não são as elites políticas, são as pessoas, as famílias, os pequenos produtores, afirmou Boric.

Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Sociedad de Fomento Fabril do Chile, o fórum reuniu cerca de 250 participantes, incluindo empresários, representantes de entidades setoriais e autoridades dos dois países. O evento visou fortalecer os laços comerciais, atrair investimentos e promover a inovação, com debates sobre integração de cadeias produtivas e cooperação em setores estratégicos como energia, turismo e finanças sustentáveis.

Oportunidades geradas pela tensão comercial EUA-China

A crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luis Rua, pode abrir oportunidades para o Brasil expandir suas exportações, especialmente de produtos agropecuários. Rua destacou a capacidade do Brasil de fornecer produtos de alta qualidade, competitividade, sustentabilidade e sanidade, livres de doenças de notificação obrigatória. Ele enfatizou, no entanto, que o sucesso dependerá da demanda chinesa por produtos brasileiros. Além disso, o presidente Lula e Xi Jinping se reunirão em maio, o que pode intensificar ainda mais as relações comerciais entre Brasil e China.

Não só soja, como qualquer outro produto agregado, comentou Rua.

Rua também ressaltou que, apesar das ameaças de sanções por parte da China e dos EUA a países que negociam unilateralmente com o oponente comercial, o Brasil manterá seu diálogo com todas as nações. Temos dito que, nesta disputa entre duas grandes superpotências, cabe-nos o papel de sermos um promotor da geopolítica da paz. E é isso que faremos. Seja [negociando] com os EUA, com a China ou com qualquer outro país. O Brasil fala com todos os países e continuará falando. Não alteramos nossa estratégia, concluiu Rua.

Abertura do mercado chileno para produtos paranaenses

O Chile reconheceu o Paraná como zona livre de febre aftosa sem vacinação, permitindo a importação de carne suína paranaense. O anúncio oficial deve ocorrer em breve. Essa decisão, segundo o ministro da Agricultura chileno, Esteban Valenzuela, faz parte dos esforços para fortalecer as relações comerciais entre os dois países. Reconhecemos que o Paraná está livre de febre aftosa e, portanto, poderemos receber carnes deste estado muito importante do sul do Brasil, anunciou Valenzuela.

As autoridades chilenas continuam negociando com outros estados brasileiros que atendem às exigências fitossanitárias. Em contrapartida, o Brasil abriu seu mercado para a importação de mel chileno, segundo anunciou Valenzuela. Há uma grande notícia para nosso [chileno] setor apícola. O Brasil decidiu autorizar o ingresso [em território brasileiro] de nossas exportações de mel, acrescentou o ministro.

Em 2024, o Paraná foi o terceiro maior exportador de carne suína entre as unidades federativas livres de aftosa, respondendo por 185,5 mil toneladas das 1,352 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil (um recorde de US$ 3,03 bilhões).

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Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas. Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo. Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores. Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para romario@oportaln10.com.br.

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