Um incêndio na plataforma PCH-1 (Cherne 1), localizada na Bacia de Campos, a aproximadamente 130 quilômetros da costa de Macaé (RJ), deixou dez trabalhadores feridos, de acordo com informações divulgadas pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) nesta terça-feira (22). O incidente, ocorrido na manhã da segunda-feira (21), mobilizou equipes de emergência e reacendeu o debate sobre as condições de segurança nas plataformas da região. O Ibovespa fecha em alta impulsionado por Petrobras e Vale; dólar recua, o que demonstra a importância do setor petrolífero na economia.
Segundo Sérgio Borges Cordeiro, coordenador-geral do Sindipetro-NF, 176 trabalhadores estavam a bordo da PCH-1 no momento do incêndio. Desses, 32 foram removidos da plataforma, enquanto 14 sofreram queimaduras de diferentes graus e os demais receberam atendimento médico devido à inalação de fumaça. Um dos trabalhadores encontra-se em estado grave, com queimaduras consideradas mais intensas nas costas.
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“Os relatos iniciais dos trabalhadores indicam que alguns estavam se preparando para desembarcar da plataforma quando aconteceu a explosão. E eles ficaram sem saída, cercados pelo fogo, e ao sair do local, acabaram se queimando”, relatou Cordeiro à Agência Brasil.
Ainda segundo o sindicato, os trabalhadores acreditam que o fogo teve início no segundo ou terceiro *deck* da plataforma. O incêndio se alastrou rapidamente, atingindo a área de vivência dos trabalhadores, incluindo camarotes e espaços de convivência. É importante lembrar que filhote de cachorro é resgatado em incêndio criminoso em Tibau, mostrando que incêndios, mesmo menores, podem ter grande impacto.
Denúncias de precariedade
O Sindipetro-NF tem denunciado as condições precárias das plataformas na Bacia de Campos. Segundo o sindicato, muitas plataformas apresentam equipamentos enferrujados e áreas interditadas, e a PCH-1, em particular, encontrava-se em estado ruim, mesmo não estando em produção. A plataforma era utilizada para o bombeamento de gás proveniente de outras unidades.
"Falta manutenção e investimento em infraestrutura. Sindipetro-NF tem denunciado esse sucateamento ao longo dos últimos anos, uma prática do governo passado para tentar vender depois”, complementa Sérgio Borges Cordeiro. A situação se agrava ainda mais se considerarmos que a Petrobras reassume liderança em recomendações de ações para abril, aponta levantamento, o que exige maior responsabilidade da empresa.
Posicionamento da Petrobras
A Petrobras, operadora da plataforma, informou em nota que as pessoas que permaneceram na PCH-1 estão bem. A companhia declarou que irá formar uma comissão para apurar as causas do incidente. A Petrobras informou ainda que a PCH-1 não produz petróleo desde 2020, e que as 177 pessoas a bordo atuavam na manutenção da integridade das instalações e da habitabilidade.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) exigiu da Petrobras “medidas imediatas para garantir a integridade dos trabalhadores, a apuração rigorosa do ocorrido e a implementação urgente de políticas que priorizem a vida, a segurança e a responsabilidade com o patrimônio público e ambiental”.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as atividades de exploração e produção de petróleo no país registraram 731 acidentes somente no ano passado.