A Polícia Civil do Rio Grande do Norte, por meio da Delegacia Especializada no Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público (DECCOR), deflagrou nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (04) a “Operação Hipnos“, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso de omissão de multas de trânsito no sistema do Detran-RN.
A investigação revelou a participação de um servidor do Detran, um policial militar do Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE) e despachantes, que cobravam altas quantias para impedir que multas de trânsito regularmente aplicadas fossem inseridas no sistema. Com o esquema, infratores escapavam das penalidades sem que houvesse qualquer registro oficial das infrações.
Durante a operação, equipes da Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar e do próprio Detran-RN, cumpriram mandados judiciais e realizaram apreensões em endereços ligados aos investigados. Em um dos alvos, os policiais encontraram R$ 15 mil em espécie, além de documentos que podem comprovar a atuação da quadrilha e levar a novos desdobramentos.
Um dos despachantes investigados foi conduzido para colocação de tornozeleira eletrônica, enquanto o policial militar e o servidor do Detran foram afastados de suas funções.
Esquema de corrupção e impacto no trânsito
O esquema criminoso consistia na manipulação do sistema de multas, permitindo que condutores infratores escapassem das penalidades mediante pagamento aos suspeitos. A fraude gerou prejuízos à arrecadação do Estado e enfraqueceu a fiscalização de trânsito, colocando em risco a segurança viária.
O nome “Hipnos”, escolhido para a operação, faz referência ao deus do sono na mitologia grega. Segundo as investigações, os suspeitos usavam o termo “fazer a multa dormir” para se referir ao ato de impedir que as infrações fossem registradas no sistema do Detran/RN.
As investigações continuam e a polícia não descarta novas prisões ou medidas judiciais contra outros envolvidos.
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