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  • Corpo do Papa Francisco será velado na Basílica de São Pedro a partir de quarta-feira (23)

    Corpo do Papa Francisco será velado na Basílica de São Pedro a partir de quarta-feira (23)

    O corpo do Papa Francisco, falecido nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, será levado para a Basílica de São Pedro, em Roma, na manhã de quarta-feira (23), onde os fiéis poderão prestar suas últimas homenagens. A sucessão do Papa Francisco já está sendo planejada pelo Vaticano.

    Ao contrário do que é tradicional, o sepultamento ocorrerá na Basílica de Santa Maria Maggiore, também em Roma. A última vez que um papa foi sepultado nesta basílica foi em 1903, com o enterro do Papa Leão XIII.

    A morte de Francisco dá início ao período conhecido como “Sé Vacante”, um período de transição para a Igreja Católica. O Cardeal Farrell assume após falecimento do Papa Francisco, nesse período de Sé Vacante.

    Com o falecimento, a Igreja entra em um período de governo temporário. Parte dos religiosos da cúpula do Vaticano perde suas funções, e decisões urgentes ficam a cargo do Colégio dos Cardeais.

    Durante a Sé Vacante, o camerlengo conduz os trabalhos da Igreja e prepara a transição de governo, organizando o Conclave, que elegerá o novo líder. Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell. Sete cardeais brasileiros estão aptos a eleger o sucessor do Papa Francisco no Conclave.

    Segundo o Vaticano, as cerimônias fúnebres de Francisco começarão ainda nesta segunda-feira. Os horários (de Brasília) serão:

    • 14h: Missa de sufrágio do Papa Francisco na Basílica de São João de Latrão, em Roma, a ser realizada pelo cardeal Baldo Reina.
    • 15h: Ritos de constatação da morte e deposição do corpo de Francisco no caixão, na capela privada do papa, na Capela de Santa Marta, presidida pelo camerlengo Farrell.

    Após a morte do papa, o funeral é feito seguindo a “Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice“, um livro litúrgico que determina como serão as cerimônias fúnebres do pontífice. As normas foram aprovadas por Francisco em abril de 2024 e publicadas em novembro do mesmo ano. Os ritos fúnebres e o processo de eleição do novo Papa seguem normas específicas.

    O primeiro rito é a confirmação da morte, realizada pelo camerlengo, que chamará o papa pelo nome três vezes. Se não houver resposta, o óbito será oficialmente declarado. Depois, o camerlengo retira o “Anel do Pescador” da mão do papa e o destrói com um martelo, simbolizando o fim do papado. O quarto do papa também é fechado e selado.

    O corpo do pontífice é colocado em um caixão de madeira com revestimento de zinco e levado para a Basílica de São Pedro, onde será velado. Francisco também determinou que o próprio caixão fosse mais simples. Antigamente, o papa era colocado em três caixões, feitos de cipreste, chumbo e carvalho. Agora, a urna terá apenas uma estrutura de madeira revestida por zinco.

    Pelas regras da Igreja, o enterro do papa deve ocorrer entre quatro e seis dias após a morte. Francisco pediu para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro.

    Missas serão celebradas por nove dias consecutivos, seguindo a tradição dos “novendiales“, um período de luto e oração pela alma do papa.

    A escolha do novo líder da Igreja Católica começa entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Durante esse período, o Vaticano convoca o chamado Colégio dos Cardeais, com religiosos do mundo inteiro. Atualmente, 252 cardeais integram esse grupo, incluindo oito brasileiros. E, desse grupo, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição do novo papa, sendo sete brasileiros.

    Antes do início da votação para eleger um novo papa, chamada de Conclave, o Colégio dos Cardeais participa de reuniões chamadas “Congregações Gerais”. Nesses encontros, os religiosos votam para decidir questões governamentais da Igreja. As congregações ocorrem diariamente e começam antes mesmo do fim dos novendiales, período de nove dias de missas em memória do papa falecido.

    Uma das primeiras decisões tomadas nesses encontros é o estabelecimento do dia, da hora e do modo como o corpo do papa será levado para a Basílica de São Pedro para ser exposto aos fiéis. Os cardeais também organizam os detalhes do Conclave e auxiliam na preparação dos ambientes de votação e dos aposentos para acomodar os religiosos, além de definir a data para o início da eleição. Entenda o processo de escolha do novo Papa após a morte de Francisco.

    Após a morte do papa, o governo fica confiado ao camerlengo, que é responsável pela administração dos bens e do Tesouro do Vaticano. Entre as funções do camerlengo está a organização da transição durante a Sé Vacante, o período em que a Igreja Católica fica sem um pontífice. Ele também é responsável por atestar a morte do papa e assumirá temporariamente o Palácio Apostólico, residência oficial do papa.

    Enquanto o camerlengo mantém a autoridade administrativa, cabe ao Colégio dos Cardeais discutir assuntos comuns ou inadiáveis da Igreja. O Colégio dos Cardeais fica impedido de fazer mudanças profundas na estrutura da Igreja Católica, como a alteração ou correção de leis determinadas pelos papas.

    Além disso, quando o papa morre, quase todos os religiosos que ocupam cargos na cúpula do Vaticano deixam suas funções, como o Cardeal Secretário de Estado e os responsáveis pelos departamentos do governo, chamados de Dicastérios da Cúria Romana.

    Continuam no cargo, além do camerlengo:

    • O Penitenciário-Mor, responsável pelo Supremo Tribunal;
    • O Cardeal Vigário-Geral para a Diocese de Roma, responsável por administrar a diocese do papa;
    • O Cardeal Arcipreste da Basílica do Vaticano, responsável pelo templo;
    • O Vigário-Geral para a Cidade do Vaticano, que supervisiona a assistência pastoral dentro do território vaticano.
    • O Esmoleiro Apostólico, que exerce a caridade para os pobres em nome do papa.

    A palavra “conclave” vem do latim cum clavis e significa “fechado à chave”. É por meio dele que a Igreja Católica elege o novo papa. Durante os dias de eleição, cardeais do mundo todo ficam fechados dentro do Vaticano, em uma área conhecida como “zona de Conclave”. Eles também fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo.

    Atualmente, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição, sendo sete brasileiros:

    • Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.
    • João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
    • Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
    • Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
    • Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
    • Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
    • Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.

    Todos os cardeais que participam da eleição ficam impedidos de utilizar qualquer meio de comunicação com o exterior. As votações acontecem dentro da Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos, que são secretos e queimados após a contagem.

    Até quatro votações podem ser realizadas diariamente, sendo duas pela manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito. Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de “segundo turno”. Ainda assim, será necessário atingir dois terços dos votos para que um deles seja eleito.

    Quando um cardeal é eleito, a Igreja questiona se ele aceita o cargo de papa. Se ele concordar, o religioso também precisa escolher um nome. Em seguida, ele é levado para um ambiente conhecido como “Sala das Lágrimas”, onde veste as vestes papais. Por fim, o novo papa é anunciado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O pontífice é apresentado diretamente da sacada da Basílica, onde é proclamada a famosa frase “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).

    Uma maneira tradicional de anunciar a escolha de um novo papa é por meio da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. Se for branca, significa que a Igreja tem um novo pontífice. Por outro lado, se for escura, uma nova votação será realizada.

    A fumaça é resultado da queima dos votos dos cardeais reunidos no Conclave. Para garantir a cor correta, substâncias químicas são adicionadas à combustão. Em 2013, o Vaticano esclareceu que a fumaça escura era produzida por uma mistura de clorato de potássio, antraceno e enxofre, enquanto a branca é resultado da queima de clorato de potássio, lactose e colofônio.

    A chaminé responsável pela liberação da fumaça funciona por meio de um sistema eletrônico, e os compostos químicos ficam armazenados em cartuchos específicos. Além da fumaça branca, a eleição do novo papa é confirmada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro.

  • Igreja Católica: ritos fúnebres e o processo de eleição do novo Papa

    Igreja Católica: ritos fúnebres e o processo de eleição do novo Papa

    Após o falecimento do Papa Francisco, a Igreja Católica entra em um período formalmente conhecido como “Sé Vacante”. Este intervalo é marcado por ritos específicos e preparativos tanto para o funeral do pontífice quanto para a subsequente eleição de seu sucessor.

    Francisco faleceu aos 88 anos, após 12 anos de papado. Com a sua morte, parte da cúpula do governo do Vaticano perde suas funções, com as decisões mais urgentes sendo encaminhadas para o Colégio dos Cardeais.

    Durante a Sé Vacante, o Cardeal Camerlengo assume um papel de liderança, supervisionando a transição e ajudando na organização do Conclave, o encontro secreto onde o novo Papa será eleito. Atualmente, o Cardeal Kevin Joseph Farrell ocupa a posição de Camerlengo.

    Ritos e cerimônias iniciais

    O Vaticano anunciou que os ritos fúnebres de Francisco começarão nas próximas horas. Entre os eventos programados estão:

    • 14h (Horário de Brasília): Missa solene na Basílica de São João de Latrão, em Roma, conduzida pelo Cardeal Baldo Reina.
    • 15h (Horário de Brasília): Ritos finais de constatação do falecimento e a deposição do corpo no caixão, na capela privada do Papa, sob a direção do Camerlengo Farrell.

    Diferentemente da tradição, o sepultamento de Francisco ocorrerá na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A última vez que um Papa foi sepultado ali foi em 1903, com Leão XIII.

    Próximos passos: do funeral ao Conclave

    Os procedimentos fúnebres seguem a “Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice”, um ritual litúrgico detalhado aprovado por Francisco em abril de 2024. O primeiro passo é a confirmação oficial da morte pelo Camerlengo, que tradicionalmente chamava o Papa pelo nome três vezes. Após a confirmação, o Camerlengo remove e destrói o “Anel do Pescador”, simbolizando o fim do papado. O aposento papal é então selado.

    O corpo é preparado em um caixão de madeira revestido de zinco e levado para a Basílica de São Pedro para o velório. Francisco determinou que tanto o caixão quanto a cerimônia fossem mais simples em comparação com seus antecessores.

    O sepultamento deve ocorrer entre quatro e seis dias após o falecimento, seguido por nove dias de missas contínuas, os chamados “novendiales“, em memória do Papa.

    O Conclave: eleição do novo Papa

    A eleição do novo Papa começa de 15 a 20 dias após a morte de Francisco. Durante este período, o Vaticano convoca o Colégio dos Cardeais, composto por religiosos de todo o mundo. Atualmente, o colégio possui 252 cardeais, dos quais 138, com menos de 80 anos, estão aptos a votar. Para entender melhor esse processo, confira este artigo sobre após a morte de Francisco, entenda o processo de escolha do novo Papa.

    Antes do Conclave, o Colégio dos Cardeais participa das “Congregações Gerais”, reuniões para discutir questões governamentais da Igreja e organizar o Conclave. Uma das primeiras decisões é definir o dia e a maneira como o corpo do Papa será exposto aos fiéis na Basílica de São Pedro.

    Governança da Igreja durante a Sé Vacante

    Durante a Sé Vacante, o Camerlengo administra os bens e o tesouro do Vaticano, enquanto o Colégio dos Cardeais discute assuntos inadiáveis da Igreja. No entanto, o Colégio está impedido de realizar mudanças estruturais profundas na Igreja.

    Com a morte do Papa, muitos dos principais funcionários do Vaticano renunciam a seus cargos, incluindo o Cardeal Secretário de Estado e chefes dos Dicastérios da Cúria Romana. Permanecem em suas funções:

    • O Penitenciário-Mor.
    • O Cardeal Vigário-Geral para a Diocese de Roma.
    • O Cardeal Arcipreste da Basílica do Vaticano.
    • O Vigário-Geral para a Cidade do Vaticano.
    • O Esmoleiro Apostólico.

    Como funciona o Conclave?

    A palavra “conclave” vem do latim cum clavis, significando “fechado à chave”. Durante o Conclave, os cardeais eleitores são isolados no Vaticano, em uma área conhecida como “zona de Conclave”, e fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo.

    Atualmente, 138 cardeais com menos de 80 anos são elegíveis para participar da eleição.

    Durante o período de eleição, os cardeais ficam impedidos de se comunicar com o mundo exterior para evitar influências externas na votação. As votações ocorrem na Capela Sistina, e para ser eleito, um cardeal precisa de dois terços dos votos. As cédulas são secretas e queimadas após cada votação.

    Até quatro votações podem ser realizadas por dia: duas pela manhã e duas à tarde. Após três dias de votação sem sucesso, há uma pausa de 24 horas para orações. Se após 34 votações não houver consenso, os dois cardeais mais votados disputam um “segundo turno”, ainda necessitando de dois terços dos votos para a eleição.

    Uma vez eleito, o cardeal é questionado se aceita o cargo. Se aceitar, escolhe um nome papal e veste as vestes papais na “Sala das Lágrimas”. O novo Papa é então anunciado à multidão na Praça de São Pedro com a frase “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).

    O significado da fumaça

    A fumaça que emana da chaminé da Capela Sistina é um sinal tradicional para indicar o resultado da votação. Fumaça branca sinaliza a eleição de um novo Papa, enquanto fumaça preta indica que nenhuma decisão foi tomada e uma nova votação será realizada.

    Em 2013, o Vaticano esclareceu que a fumaça preta é produzida por uma mistura de clorato de potássio, antraceno e enxofre, enquanto a branca resulta da queima de clorato de potássio, lactose e colofônio.

    Além da fumaça branca, a eleição do novo Papa é confirmada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro.

    Legado e impacto do Papa Francisco

    O Papa Francisco deixa um legado de transformação na Igreja Católica, marcado por suas declarações revolucionárias e sua defesa dos pobres e marginalizados. Suas palavras e ações tiveram um impacto significativo em diversos setores da sociedade, desde a política até a cultura. 

    Uma de suas frases mais marcantes foi proferida durante uma viagem de volta do Rio de Janeiro, em 2013, quando questionado sobre a homossexualidade, respondeu: “Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?“. Esta declaração, entre outras, demonstrou uma postura mais aberta e inclusiva em relação a temas controversos.

    Outras frases notáveis do Papa Francisco incluem:

    • “Como eu gostaria de uma Igreja pobre… e para os pobres.”
    • “Algumas pessoas acreditam que para sermos bons católicos temos que nos reproduzir como coelhos, mas não.”
    • “O abuso infantil é uma doença.”
    • “Em vez de justiça social, spray de pimenta.”
    • “Quem pensa em construir muros e não em construir pontes não é cristão.”
    • “Ontem, crianças foram bombardeadas. Isto não é uma guerra. É crueldade.”

    Perspectivas sobre o futuro da Igreja

    Com a morte do Papa Francisco, surgem especulações sobre quem será seu sucessor e qual rumo a Igreja Católica tomará. Frei Betto, frade dominicano, comentou que o próximo Papa “tende a ser de centro à direita”, refletindo uma safra de sacerdotes mais conservadora no Vaticano atualmente.

    Ele também destacou o legado de Francisco como defensor dos direitos humanos e dos mais vulneráveis, afirmando que “nenhum chefe de Estado na Europa era tão respeitado quanto Francisco”.

  • Vaticano em Sede Vacante: Cardeal Farrell assume após falecimento do Papa Francisco

    Vaticano em Sede Vacante: Cardeal Farrell assume após falecimento do Papa Francisco

    Com a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, o Vaticano inicia uma série de protocolos relativos ao funeral e à eleição de um novo líder da Igreja Católica através do conclave. Este período, conhecido como Sede Vacante, transfere a administração da Sé Apostólica para o Camerlengo, um cardeal que desempenha funções semelhantes às de um assistente papal.

    O atual Camerlengo é o cardeal Kevin Farrell, um irlandês-americano que ocupa o cargo desde fevereiro de 2019, após o falecimento do cardeal francês Jean-Louis Tauran.

    Farrell tem a responsabilidade de certificar oficialmente a morte do Papa, ato que é então comunicado aos fiéis. Tradicionalmente, essa verificação envolve o Camerlengo batendo três vezes na cabeça do pontífice com um martelo de prata, enquanto pronuncia seu nome.

    As responsabilidades do Camerlengo estão detalhadas no documento Universi Dominici Gregis, uma constituição da Igreja promulgada pelo Papa João Paulo II na década de 1990.

    Além de confirmar o falecimento do pontífice, o Camerlengo lacra os aposentos e escritórios papais no Vaticano, garantindo que nada seja removido ou alterado até que o novo Papa seja eleito e empossado.

    O Camerlengo também é responsável por organizar o funeral do Papa, em colaboração com outros cardeais, especialmente se o falecido Papa não tiver deixado um plano pré-definido para este evento. Isso inclui o transporte do corpo dentro e fora do Vaticano, a prevenção de fotografias indevidas e a organização do rito fúnebre.

    É importante ressaltar que estas funções são exercidas em nome e com o consenso do Colégio dos Cardeais. O Camerlengo atua como um administrador e supervisor, assegurando que a transição para um novo pontificado ocorra de forma organizada e em conformidade com as normas estabelecidas.

    Durante a Sede Vacante, o Camerlengo administra os bens da Igreja e torna-se, interinamente, o administrador de propriedades do Vaticano, como o Palácio Apostólico, a residência oficial do pontífice, o Palácio de Latrão, a antiga residência papal, e o Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, a casa de verão do Papa.

    Garantir a condução tranquila e segura do conclave é outra atribuição do Camerlengo. O processo de eleição do novo chefe da Igreja Católica é estritamente confidencial.

    Os cardeais se reúnem na Capela Sistina a portas fechadas, e nenhum detalhe do que acontece ali pode ser divulgado, especialmente as votações. Uma inspeção prévia, supervisionada pelo Camerlengo, é realizada no local para garantir a ausência de dispositivos de gravação de áudio ou vídeo.

    Por fim, como membro do Colégio de Cardeais, o Camerlengo também tem o direito de votar na eleição do novo Papa durante o conclave. Sete cardeais brasileiros estão aptos a eleger o sucessor do Papa Francisco neste Conclave.

    Possíveis sucessores

    Com a morte do Papa Francisco, o Vaticano se prepara para eleger um novo líder da Igreja Católica. Até que isso ocorra, as decisões urgentes ficarão a cargo do Colégio dos Cardeais. A votação, conhecida como Conclave, deve começar entre 15 e 20 dias, com a participação de 138 cardeais com menos de 80 anos, incluindo sete brasileiros.

    Alguns nomes cotados para suceder Francisco incluem:

    • Jean-Marc Aveline (arcebispo de Marselha, França)
    • Cardeal Peter Erdo (Hungria)
    • Cardeal Mario Grech (secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Malta)
    • Cardeal Juan Jose Omella (arcebispo de Barcelona, Espanha)
    • Cardeal Pietro Parolin (diplomata do Vaticano, Itália)
    • Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle (Filipinas)
    • Cardeal Joseph Tobin (arcebispo de Newark, NJ, EUA)
    • Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson (funcionário do Vaticano, Gana)
    • Matteo Maria Zuppi (arcebispo de Bolonha, Itália)
  • Canonização de Carlo Acutis, ‘padroeiro da internet’, é adiada após morte do Papa Francisco

    Canonização de Carlo Acutis, ‘padroeiro da internet’, é adiada após morte do Papa Francisco

    A cerimônia de canonização de Carlo Acutis, o jovem italiano conhecido como o ‘padroeiro da internet’ e o primeiro santo da geração millenial, foi suspensa pelo Vaticano. A decisão foi tomada em decorrência da morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira (21). Para entender melhor o contexto, confira a matéria sobre o processo de escolha do novo Papa.

    A canonização estava agendada para o próximo domingo, dia 27 de abril, e seria realizada na Praça São Pedro. O Vaticano ainda não divulgou informações sobre uma nova data para a cerimônia.

    O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira, às 7h35, horário do Vaticano (2h35, horário de Brasília), aos 88 anos, após liderar a Igreja Católica por 12 anos. Leia mais sobre o falecimento do Papa Francisco.

    Quem foi Carlo Acutis?

    Carlo Acutis faleceu em 2006, aos 15 anos, vítima de leucemia. Apasionado por tecnologia, ele utilizava a internet para divulgar conteúdos cristãos e criou um site dedicado a catalogar milagres. Sua dedicação e talento lhe renderam o apelido de ‘influencer da santidade’ pela Igreja Católica.

    Em 2019, o Vaticano reconheceu um milagre ocorrido no Mato Grosso do Sul, atribuído a Carlo Acutis. Segundo relatos, uma criança foi curada de uma doença após tocar em uma peça de roupa contendo o sangue do jovem italiano. O fato ocorreu em 12 de outubro de 2010, quatro anos após a morte de Carlo. Em 2020, o Papa Francisco o declarou beato.

    Neste ano, o Papa Francisco reconheceu um segundo milagre atribuído a Carlo, desta vez envolvendo a cura de uma jovem da Costa Rica que havia sofrido um acidente.

    O milagre no Brasil

    Após a morte de Carlo Acutis, o Padre Marcelo Tenório, da Paróquia São Sebastião em Campo Grande, iniciou a tradição de realizar a missa anual de Nossa Senhora Aparecida com a exposição de uma peça de roupa que, segundo relatos, continha o sangue do jovem italiano.

    Durante uma dessas celebrações, em 2010, um avô levou seu neto doente à paróquia, buscando uma cura. A família relata que, após tocar na vestimenta, a criança foi curada. “A criança, me lembro bem, estava raquítica e tinha problemas de pâncreas anular. Ela não comia nada, não ingeria nem sólido nem líquido e teve a cura logo depois”, afirmou o Padre Marcelo Tenório em entrevista.

    Após o reconhecimento do milagre brasileiro, o Vaticano realizou uma cerimônia de beatificação de Carlo Acutis em outubro de 2020. Seu corpo está preservado no Santuário do Despojamento em Assis, na Itália.

    Últimas atividades do Papa Francisco

    No Domingo de Páscoa, o Papa Francisco recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance. Além disso, fez uma breve aparição na Praça de São Pedro, abençoando milhares de fiéis e percorrendo a multidão no papamóvel.

    O Papa acenou para os fiéis e fez um breve pronunciamento: “Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!”.

    Debilitado por uma pneumonia bilateral, Francisco não celebrou a missa, mas compareceu na sacada da basílica para a bênção Urbis et Orbi, lida pelo Cardeal Angelo Comastri. 

    Durante o encontro com J.D. Vance, o Papa presenteou o vice-presidente com uma gravata com o brasão do Vaticano, um terço e ovos de Páscoa para os filhos de Vance.

  • Conclave: sete cardeais brasileiros aptos a eleger o sucessor do Papa Francisco

    Conclave: sete cardeais brasileiros aptos a eleger o sucessor do Papa Francisco

    Após o falecimento do Papa Francisco, a Igreja Católica se prepara para o Conclave, processo de eleição do novo pontífice. Sete cardeais brasileiros com menos de 80 anos estão aptos a participar da votação, que deve ocorrer em até 20 dias após a morte do Papa.

    De acordo com as normas da Igreja Católica, apenas cardeais com idade inferior a 80 anos podem votar no Conclave. Dentre os oito cardeais brasileiros, sete cumprem esse requisito:

    • Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, 65 anos.
    • Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, 64 anos.
    • Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
    • Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
    • Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
    • João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
    • Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.

    O único cardeal brasileiro inelegível para o Conclave é Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, com 87 anos. Contudo, ele será convidado a integrar o Colégio dos Cardeais, responsável por deliberar sobre questões urgentes da Igreja até a eleição do novo Papa.

    Ao todo, segundo informações do Vaticano, 138 cardeais estão habilitados a participar da eleição do novo líder da Igreja Católica.

    Trajetórias dos Cardeais brasileiros elegíveis

    Cardeal Sérgio da Rocha:

    Atual arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha possui vasta experiência eclesiástica. Mestre em Teologia Moral e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, já foi bispo auxiliar de Fortaleza, arcebispo de Teresina e de Brasília, além de ter presidido a CNBB entre 2015 e 2019.

    Cardeal Jaime Spengler:

    Presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler iniciou sua vida religiosa na Ordem dos Frades Menores. Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, atuou em missões pelo Brasil e foi nomeado bispo auxiliar em 2010, antes de assumir o arcebispado de Porto Alegre em 2013.

    Cardeal Odilo Scherer:

    Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer estudou Filosofia e Teologia, obtendo mestrado e doutorado pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Atuou por mais de 30 anos no oeste do Paraná, sendo nomeado bispo auxiliar de São Paulo em 2002 e arcebispo em 2007. No Conclave de 2013, foi considerado um dos favoritos para o papado.

    Cardeal Orani Tempesta:

    Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta integrou a Ordem Cisterciense e foi ordenado bispo em 1997. Transferido para Belém em 2004 e para o Rio de Janeiro posteriormente, teve papel importante na organização da Jornada Mundial da Juventude de 2013. Foi criado cardeal pelo Papa Francisco em 2014.

    Cardeal Paulo Cezar Costa:

    Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa cursou Filosofia e Teologia, com mestrado e doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado sacerdote em 1992 e atuou como professor na PUC-RJ, além de ter sido bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

    Cardeal João Braz de Aviz:

    O cardeal brasileiro mais velho apto a participar do Conclave, Dom João Braz de Aviz, estudou Filosofia e Teologia, com doutorado em Teologia Dogmática. Atuou como bispo de Ponta Grossa e arcebispo de Maringá, sendo nomeado arcebispo de Brasília em 2004. Em 2011, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.

    Cardeal Leonardo Ulrich Steiner:

    Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner é considerado o primeiro cardeal da Amazônia. Estudou Filosofia e Teologia, com doutorado em Filosofia. Foi nomeado bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia em 2005 e arcebispo de Manaus em 2019.

    Legado do Papa Francisco

    O Papa Francisco, nascido Jorge Bergoglio, foi o primeiro pontífice latino-americano e o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica. Sua eleição, em 2013, marcou um novo capítulo para a Igreja, com um foco em humildade, proximidade com os pobres e reformas internas. 

    Sua escolha pelo nome “Francisco” foi inspirada por São Francisco de Assis e influenciada pelo cardeal brasileiro Cláudio Hummes, que o aconselhou a “não se esquecer dos pobres”.

    O pontificado de Francisco foi marcado pela simplicidade e pela defesa dos marginalizados, buscando uma Igreja mais inclusiva e atenta às necessidades do mundo contemporâneo. 

    Francisco também procurou reformar o Vaticano, criticando o apego ao poder e incentivando o clero a adotar um estilo de vida mais simples. “Eu queria uma Igreja pobre, e para os pobres”, afirmou o Papa em 2013.

    O pontífice enfrentava uma bronquite que evoluiu para uma pneumonia bilateral. O quadro era considerado complexo pelos médicos.