O grupo Volkswagen enfrenta um período de incerteza na Europa, com discussões sobre o possível fechamento de duas fábricas na Alemanha. A medida drástica seria uma resposta à crescente competição no mercado europeu, especialmente com a chegada de novas montadoras chinesas.
Desde o início das discussões, o sindicato IG Metall tem se oposto à ideia, buscando alternativas para evitar o encerramento das atividades. A fabricante alemã, por sua vez, sinaliza que um simples corte de custos não solucionará o problema, exigindo uma reestruturação mais ampla.

As negociações entre sindicato e empresa seguem em andamento, com o sindicato propondo abrir mão de bônus de 2025 e 2026, além de usar recursos de aumentos salariais para financiar reduções temporárias de jornadas de trabalho durante períodos de baixa demanda. Estas medidas poderiam gerar uma economia de aproximadamente US$ 1,6 bilhão.
Fábricas em Risco
As unidades fabris que estão sob avaliação para possível fechamento são:
- Dresden: Com cerca de 300 funcionários, é responsável pela produção do modelo elétrico ID.3.
- Osnabrueck: Emprega aproximadamente 2.300 colaboradores e tem como foco a fabricação dos modelos Porsche Cayman, Boxster e T-Roc Cabrio.
De acordo com o portal alemão Manager Magazin, embora a unidade de Osnabrueck estivesse em risco, fontes não identificadas afirmam que a alta gestão do conselho da Volkswagen teria reconsiderado o fechamento desta unidade, mas a decisão final ainda não foi tomada. A fábrica de Osnabrueck tem uma capacidade de produção de 100.000 unidades por ano, mas em 2023 produziu apenas 28.000 veículos.
O grupo Volkswagen já havia anunciado o encerramento da produção do T-Roc Cabriolet e a transferência da fabricação dos modelos Cayman e Boxter para a fábrica de Zuffenhausen, em Stuttgart. Estas decisões indicam um esforço de reestruturação para otimizar a produção e reduzir os custos.
Em dezembro, aproximadamente 100.000 trabalhadores do grupo Volkswagen se manifestaram na Alemanha contra as medidas de corte de custos e as propostas radicais que estão sendo consideradas.

As famílias Piech e Porsche defendem cortes mais agressivos, enquanto o sindicato IG Metall busca um acordo que minimize os impactos negativos para os trabalhadores. A complexidade da situação evidencia o desafio que o grupo enfrenta para conciliar as necessidades de reestruturação com a manutenção de empregos e a estabilidade econômica.