Semana passada, a TV Globo comemorou 60 anos de existência. Desde 1965 a segunda maior emissora do mundo faz parte do cotidiano brasileiro, moldando os nossos costumes.
Também, nestes 60 anos, um assunto sempre vem à tona de tempos em tempos: a possibilidade de reduzir os capítulos das novelas. Isso já ocorreu algumas vezes, na década de 70, por exemplo, quando a Globo adaptava clássicos literários para o horário das seis, as novelas costumavam ter, em média, 100 capítulos no horário.
Nas décadas de 80 e 90 a Globo tentou fazer isso por duas vezes, também no horário das 18: “Pacto de Sangue” na década de 80 e “Salomé” na década seguinte. As duas tramas, no caso, não fizeram sucesso, pois foram obras fechadas, elas já foram ao ar totalmente gravadas, não tendo como mudar a direção no meio da tempestade. Esses dois fracassos desanimaram a emissora, que voltou a produzir tramas longas para todas suas faixas.
Globo pensa em novelas curtas

Nos anos 2000 outra tentativa no horário das 6: a Globo queria produzir tramas mais enxutas, de até 80 capítulos e encomendou “Esplendor”. A novela teria 80 capítulos, mas diante do relativo sucesso, fora esticada e terminou com 125 capítulos. Walcyr Carrasco, vindo do sucesso de “Xica da Silva” fora contratado para escrever “O Cravo e a Rosa”, que fora projetada para ter 90 capítulos. Porém, a novela fez tanto sucesso, que a emissora largou mão de sua ideia e a trama terminou com intermináveis 221 capítulos. Em seguida estreou “Estrela-Guia”, protagonizada por Sandy que teve somente 83 capítulos e que, provavelmente, não foi esticada por questões contratuais e de agenda da cantora, que estava no auge em 2001.
A Globo, então, só voltou a produzir novelas curtas, na faixa, em 2014 com “Meu Pedacinho de Chão” e com “Sete Vidas” no ano seguinte. Porém, mais uma vez, os experimentos não foram tão sucedidos e a emissora abriu mão, de novo.
Independente disso, desde 1995 a emissora abriu um horário para uma novela juvenil que fez sucesso por 25 anos: “Malhação”. A trama que se renovava todos os anos, abriu possibilidade para novos talentos da emissora, fosse na autoria, na direção ou nas descobertas de novos atores e atrizes. Porém, com a pandemia, a emissora fechou essa faixa.
Com isso, a Globo passou a ser criticada por colocar nomes desconhecidos nas outras faixas, principalmente às 9, gerando uma crise de audiência sem precedentes.
Amauri Soares, que está acabando com a qualidade técnica das novelas, resolveu, então, reabrir a faixa das 17:45 para apresentar novelas baseadas nos doramas: tramas curtas e com poucas personagens. Algo que já acontecia com “Malhação”, que também não tinha muitas personagens.
Quem escreverá a primeira novela é o autor coringa da emissora: Walcyr Carrasco. A trama irá estrear primeiro na Globoplay e depois seria exibida na TV aberta e, caso faça sucesso, a faixa será continuada.
Opinião do colunista: Não acredito na abertura deste horário de telenovelas e, caso abram, duvido muito que focariam em novelas de até 60 capítulos. Isso daria 3 meses no ar. Caso a primeira novela faça sucesso, não duvido a Globo aumentar a quantidade de capítulos.
No mais, espero que a notícia seja verdadeira e que sirva de modelo para todas as faixas, pois teremos tramas longas nos outros horários. “Dona de Mim” terá intermináveis 221 capítulos. “Eta Mundo Melhor” também e “Três Graças” também terá mais de 200 capítulos… haja paciência.