A planejada fusão entre Honda e Nissan continua sendo um dos temas mais debatidos na indústria automotiva. Enquanto analistas discutem os méritos e riscos da operação, a situação da Mitsubishi permanece indefinida, gerando incerteza sobre o futuro da montadora. A complexidade da fusão levanta questionamentos sobre o papel da Mitsubishi neste novo cenário.
A indefinição sobre o futuro da Mitsubishi se intensifica com o adiamento da apresentação do plano de reestruturação da Nissan. A Honda deu à Nissan até o final de janeiro para apresentar um plano sólido para retomar a lucratividade. Este atraso deixa a Mitsubishi em uma situação de espera, com seu futuro pendente da decisão da Nissan.
Inicialmente, havia rumores de que a Mitsubishi poderia ser excluída da fusão. No entanto, o presidente e CEO da Mitsubishi Motors, Takao Kato, declarou que “nada estava decidido”. As discussões se prolongam e, segundo o Nikkei Asia, um executivo da Honda expressou preocupação com a lentidão do processo.
Atualmente, a Nissan é a maior acionista da Mitsubishi Motors, com 34% de participação. A Nissan também sinalizou que está disposta a vender parte de suas ações de volta para a Mitsubishi Corp., o segundo maior investidor da montadora, que detém 20% de participação.
Possíveis cenários para a Mitsubishi
Enquanto a Honda aguarda o plano de recuperação da Nissan, a concretização da fusão envolveria a criação de uma holding conjunta entre as duas montadoras. Se a Mitsubishi for mantida no negócio, a holding poderia investir diretamente na Mitsubishi, mas a montadora provavelmente não se tornaria uma subsidiária integral, para preservar o uso do logotipo de três diamantes, cujos direitos provêm da participação da Mitsubishi Motors no Grupo Mitsubishi.
Outra possibilidade é a Nissan manter sua posição como maior acionista da Mitsubishi Motors. Por fim, a Nissan pode optar por vender sua participação na Mitsubishi e focar em sua nova parceria com a Honda.
O futuro das três empresas permanece incerto. A Nissan, em meio a cortes de custos e demissões, tem em suas mãos uma parcela significativa da indústria automotiva japonesa.