As importações de automóveis na China registraram um declínio acentuado de 39% no primeiro trimestre de 2025, um fenômeno raro, impulsionado pela crescente complexidade do cenário internacional e pela proeminência das marcas locais. A informação foi divulgada por Cui Dongshu, secretário-geral da China Passenger Car Association (CPCA), em um relatório recente.
No período, o país importou 95 mil veículos, marcando a menor cifra trimestral já registrada pela CPCA. A retração mais expressiva foi observada nas importações de carros dos Estados Unidos, que caíram 66%, totalizando 8.870 unidades. Essa tendência de queda persistiu ao longo de março.
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Cui Dongshu aponta que a guerra comercial entre EUA e China pode agravar ainda mais esse cenário. Um exemplo disso é a decisão da Tesla de suspender a aceitação de pedidos de importação dos modelos Model S e Model X na China. A Tesla enfrenta queda nas vendas e aumento da pressão sobre funcionários na China, o que pode influenciar suas decisões de importação.
Origem das importações:
No primeiro trimestre, os principais países de origem dos veículos importados pela China foram:
- Japão: 30.517
- Alemanha: 23.695
- Eslováquia: 17.733
- Estados Unidos: 8.871
- Reino Unido: 8.371
- México: 1.443
- Suécia: 1.371
- Áustria: 695
- Coreia do Sul: 359
- Itália: 266
Em março, as importações totalizaram 39 mil unidades, representando uma queda de 27% em relação ao ano anterior. O ranking dos principais países de origem em março foi:
- Japão: 17.503
- Alemanha: 6.828
- Eslováquia: 6.485
- Reino Unido: 3.937
- Estados Unidos: 2.350
- México: 518
- Suécia: 353
- Áustria: 157
- Polônia: 154
- Coreia do Sul: 153
Os veículos de novas energias (NEVs) representaram apenas 2,6% das importações no primeiro trimestre, com os carros a gasolina ainda predominando. Vale lembrar que a BYD Yangwang atinge a marca de 10 mil entregas, mostrando a força das marcas locais no mercado de NEVs.
Transformação do mercado:
Cui Dongshu observa que o crescimento da indústria automotiva chinesa e a transição para a eletrificação alteraram a estrutura da demanda no mercado. A demanda por veículos a gasolina na China continua a diminuir, resultando em um declínio significativo nas importações desses veículos.
As importações de veículos chineses provenientes dos EUA apresentaram uma rápida queda nos últimos anos, passando de 280 mil em 2017 para 109 mil em 2024, conforme o relatório. Isso pode estar relacionado com políticas de Trump que impactam operações da Volvo nos EUA e outras montadoras.
Diante da crescente complexidade das relações internacionais, Cui Dongshu sugere que a China desenvolva modelos de importação mais sofisticados para manter um volume razoável de veículos importados.
