O Fiat Fastback Hybrid chegou ao mercado brasileiro com a promessa de popularizar a tecnologia híbrida, mas será que ele entrega o que propõe? A nova versão do SUV-cupê da Fiat, disponível nas configurações Audace Turbo 200 Hybrid Flex (a partir de R$ 155.990) e Impetus Turbo 200 Hybrid Flex (a partir de R$ 165.990), marca a estreia da marca nesse segmento, com o desenvolvimento de componentes nacionais.
A diferença de R$ 10.000 entre as versões se justifica pela adição de itens como sensor de estacionamento dianteiro, quadro de instrumentos de sete polegadas e rodas de 18 polegadas na versão Impetus.
Ambas as versões do Fiat Fastback Hybrid vêm equipadas com o pacote ADAS, que inclui frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança involuntária de faixa e comutação de farol alto, além de quatro airbags, controles eletrônicos de tração e estabilidade, carregador de smartphone por indução e central multimídia de 10,1 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
Apesar dos atrativos e da possibilidade de isenção de IPVA em algumas regiões e rodízio em São Paulo, os preços ainda são elevados para a maioria dos consumidores. A tecnologia híbrida leve (MHEV) de 12V eleva o valor em R$ 6.000 em relação às versões convencionais.
Sob o capô, o Fiat Fastback Hybrid mantém o motor 1.0 turbo de três cilindros, com 130 cv e 20,4 kgfm (etanol), sem alterações no desempenho. A principal novidade está na adoção do sistema híbrido leve, que substitui o motor de partida por um Belt Starter Generator (BSG), atuando também como alternador e gerando energia nas desacelerações. Esse sistema, embora adicione modestos 4 cv e 1 kgfm de torque, auxilia nas acelerações e utiliza uma bateria de íon-lítio instalada sob o banco do motorista.
O sistema híbrido leve da Fiat, também presente no Pulse, apesar de ser considerado um híbrido pela norma ABNT NBR 16.567, não permite que o veículo se movimente apenas com energia elétrica, como ocorre em modelos como o Toyota Corolla Hybrid.
A norma considera um veículo híbrido se 2% da energia consumida no ciclo de ensaio for gerada por energia elétrica. No entanto, a tecnologia MHEV trouxe melhorias no consumo, com médias urbanas de 12,6 km/l (gasolina) e 8,9 km/l (etanol), e rodoviárias de 13,9 km/l e 9,8 km/l, respectivamente, segundo dados do Inmetro. Para comparação, o Fastback Impetus convencional registra 11,3 km/l (gasolina) e 8,1 km/l (etanol) na cidade, e 13,9 km/l e 9,7 km/l na estrada.
Essa economia, aliada à isenção de IPVA em algumas localidades e rodízio em São Paulo, torna o Fastback Hybrid uma opção interessante. No entanto, a pergunta que fica é: ele é um híbrido de verdade? A resposta é complexa. A tecnologia MHEV não permite que o veículo rode apenas com eletricidade, mas a assistência elétrica garante menor esforço do motor e melhoria no consumo, com a direção elétrica leve em baixa velocidade e firme em alta.
O Fiat Fastback Hybrid se destaca pela suspensão bem ajustada, com McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, e rodas de 17 polegadas com pneus 215/45 que contribuem para o conforto. As dimensões também são generosas, com 4,42 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,54 m de altura, 2,53 m de entre-eixos e um porta-malas de 516 litros.
O interior do Fiat Fastback Hybrid, apesar de utilizar bastante plástico, tem boa montagem, com ressalvas para o porta-luvas desalinhado e a visibilidade traseira prejudicada pelo design do vidro. O espaço para os passageiros traseiros é suficiente, mas pessoas altas podem raspar a cabeça no teto devido ao caimento do teto.
A Fiat buscou democratizar a hibridização, mas o Fastback, com o sistema MHEV, não pode ser considerado um híbrido completo. Ainda assim, pode ser a porta de entrada para um mundo mais limpo. O Fiat Fastback Hybrid tem preço inicial de R$ 159.990 pode aumentar com opcionais como bancos em couro e pacote de serviços conectados, reforçando que o modelo não é barato. Resta saber se o público aceitará esse híbrido “simplificado” como uma opção viável no mercado.