A montadora chinesa Chery anunciou o relançamento da Rely como sua marca global de ecossistema inteligente de picapes. O anúncio oficial, feito em 20 de abril, marca a terceira ressurreição de uma marca O mercado de picapes está em alta na China. Só em março de 2025, foram vendidas 58 mil unidades, um crescimento de 13,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do primeiro trimestre, as vendas chegaram a 137 mil unidades, um aumento de 6,8%.
Um destaque vai para as picapes de nova energia (elétricas e híbridas), que vêm crescendo rapidamente. Em março, foram 2.700 unidades vendidas, um salto de 219% em relação ao ano anterior. Já no trimestre, foram 6.200 unidades, alta de 187%.

As exportações também estão aquecidas: 24 mil picapes foram exportadas só em março (aumento de 20%), somando 62 mil no trimestre, o que representa 45% do total de vendas. Entre as montadoras que mais venderam em março estão GWM, JAC e JMC, com destaque para o crescimento da JAC, que subiu mais de 40%.
De olho nesse cenário promissor, a Chery decidiu trazer de volta a marca Rely, que havia sido lançada em 2009 como parte da divisão de luxo Qilin, ao lado das marcas Riich e Rely. Na época, o projeto não vingou, mas agora a ideia é diferente: foco em inovação e tecnologia.
A nova Rely chega com uma plataforma moderna chamada Mars Architecture, voltada para veículos híbridos e a combustão. Estão previstas quatro linhas principais de produtos e 16 variações. A proposta inclui tecnologia embarcada de ponta, como o sistema híbrido Kunpeng C-DM, cockpit Lion e direção inteligente Falcon.
Um dos diferenciais será a plataforma Rely Kaitian, que a Chery promete ser equipada com inteligência artificial. A ideia é entregar uma experiência de direção mais segura, inteligente e conectada.
A primeira picape da nova Rely deve medir cerca de 5,4 metros de comprimento, com entre-eixos de 3,3 metros, segundo informações do portal Auto Zol. O design do logotipo foi escolhido por meio de um concurso público, e o vencedor receberá um bônus por unidade vendida nos próximos três anos.
A Chery observa os passos de rivais como Toyota, que está construindo uma fábrica de elétricos da Lexus em Xangai, e Polestar, que anunciou metas ambiciosas de corte de emissões. A expansão da DiDi na América Latina e os planos da Tesla e Firefly em inovação também são sinais claros do novo caminho do setor.
Com novos regulamentos para baterias entrando em vigor em 2026 e o avanço da sustentabilidade, a Rely terá que se posicionar com clareza. O retorno da marca vem em boa hora, mas a disputa será acirrada – exigindo estratégia, tecnologia e um olhar atento para as tendências globais. Entretanto, a proposta da UE sobre a fibra de carbono pode impactar o desenvolvimento de materiais.