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Vale Tudo: Uma boa trama é atemporal

“Vale Tudo” estreou e mostrou que tem uma história universal

“Vale Tudo” estreou segunda passada e mostrou o motivo de ter feito muito sucesso em 1988 e de ser considerada a maior novela de todos os tempos: a trama é envolvente, as personagens são carismáticas e o enredo é universal. Ao contrário do que acontece em muitos países, uma história de amor entre mãe e filha, no Brasil, é mais certeira do que um enredo de amor impossível.

A primeira semana da novela mostrou que a maioria dos atores estão afiados: Tais Araujo, Paolla Oliveira, Alice Wegmann, Belize Pombal, Karine Teles, Antônio Pitanga, Júlio Andrade e Matheus Nachtergaele foram os grandes destaques. Bella Campos estava melhor do que nas chamadas, mas ainda sofre para acompanhar os atores com quem contracena. Nessa semana, algumas cenas antológicas já foram ao ar e a sua falta de experiência atrapalhou até Tais Araujo.

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Maria de Fátima e Raquel em Vale Tudo. Foto: Fábio Rocha/TV Globo

Por outro lado, a novela está longe dos números esperados pela Globo. Não atingiu, em nenhum dia, os tão sonhados 28 pontos de audiência, sequer se aproximou. Em algumas praças chegou a ter menos audiência de “Força de Mulher”. Um problema e tanto para a Globo.

A novela é boa, o texto é bom, a direção é competente. Então, por qual motivo a novela não engrena? O resultado pode estar na direção, sim, numa direção equivocada que não entende de novelas e nem de TV.
Televisão é hábito, telenovela é hábito. O público se acostumou, nos últimos anos, a não acompanhar mais as novelas das 9. Desde “Avenida Brasil”, foram poucos sucessos no horário. A Globo só tem errado e erra feio.
“Mania de Você” foi um fracasso absoluto. Fracasso de público e de crítica. A menor audiência da faixa. Em outros tempos a Globo teria encurtado a novela e já teria estreado “Vale Tudo” com antecedência. Foi assim em 2015: “Babilônia” tinha previsão de 173 capítulos. A audiência não correspondeu. Resultado: a novela foi encurtada, terminou com 143 capítulos ou 5 meses no ar. A Globo foi rápida e antecipou a estreia de “A Regra do Jogo”, que não foi um sucesso, mas elevou a audiência do horário.

Em 2001 outro caso: a Globo levou, no horário das 7, uma novela com um elenco estrelar: “As Filhas da Mãe”, de Silvio de Abreu. A emissora pretendia reaver a época de ouro das novelas do autor no horário das 19. A trama, considerada confusa pelo público, afundou o horário. E a novela que teria quase 200 capítulos, foi cortada, praticamente, ao meio e terminou com 125 capítulo, ou 4 meses no ar, uma das mais curtas da história. A emissora antecipou “Desejos de Mulher”, com as mesmas Glória Pires e Regina Duarte, e a audiência subiu mais de 7 pontos.

Em televisão não se pode marcar bobeira. Tempo é dinheiro. Produções são caras. Se o público não aceita tal trama, passa para a próxima, pois não pode colocar em risco as tramas seguintes por falta de estratégia.
Agora é torcer para que “Vale Tudo” consiga elevar a audiência da faixa, devastada pelas últimas novelas apresentadas no horário. Difícil missão!

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Michâel Godoy

Michael Godoy é um advogado apaixonado pelo mundo das artes, além de ser um ator formado pela Oficina de Atores Nilton Travesso em São Paulo. Já foi colunista do TN Audiência entre os anos de 2014 e 2017 e retorna agora falando sobre um assunto que ele adora: televisão.

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