Não é segredo para ninguém que, além da Globo, nenhuma outra emissora brasileira, que está na ativa, consegue manter seu núcleo de teledramaturgia totalmente na ativa. A emissora carioca tem três horários fixos de telenovelas e, às vezes, produz novelas para o horário das 11 e das 5, esta última será reativada no próximo ano com a estreia de “Vidas Paralelas”, uma trama curta, de aproximadamente 60 capítulos, para tanto, a emissora está contratando e recontratando autores para dar conta da demanda.
Por outro lado, a Record e o SBT, não conseguem manter o núcleo de teledramaturgia em plena atividade. Nos últimos 20 anos, a emissora da Barra Funda produziu ótimas novelas e parecia ter encontrado a receita do sucesso. Parecia. Ligada à igreja Universal, a Record entrou no filão de telenovelas bíblicas e nunca mais saiu, a ponto de desgastar a fórmula. Atualmente, como acontece com o SBT, a emissora tem apenas uma autora fixa: a filha do dono. Obviamente, a emissora não consegue manter tantos produtos em série, por isso que, volta e meia, apela para reprises ou para novelas importadas, como a atual “Força de Mulher”.
Não perca nada!
Faça parte da nossa comunidade:
A situação no SBT é ainda mais caótica. A única autora da emissora da Anhanguera é a viúva do dono. Desde “Carrossel”, apenas “Carinha de Anjo” não fora escrita por Íris Abravanel. Assim como aconteceu com a Record, o SBT esgotou a fórmula das tramas infantis, a ponto de “A Caverna Encantada” raramente chegar a 3 pontos na audiência.
Iris Abravanel ficou viúva recentemente, e não se sente pronta para escrever uma nova novela, o que é compreensível. Neste caso, o caminho natural seria contratar uma nova roteirista e, quem sabe, apostar em tramas adultas, certo? Errado. Daniela Beyruti estuda encerrar o núcleo de telenovelas, passando a exibir, no horário nobre, enlatados mexicanos. A faixa será ocupada por uma trama mexicana: “As Filhas da Senhora Garcia”.
O SBT, aliás, encontra-se totalmente perdido. Está “atirando” para todos os lados, na expectativa de recuperar a segunda colocação no Ibope, algo que parece, totalmente, improvável. É um surto pensar que a terceira maior emissora do país, que já bateu de frente com a Globo, hoje, exiba, em horário nobre, os seriados “Chaves” e “Chapolin”, produtos criados há mais de 50 anos na Televisa, com produção duvidosa. É pouco. Muito pouco para uma emissora que sonha em voltar a ter a importância que já teve.
É uma pena se o SBT, realmente, desativar seu núcleo de novelas, o único ativo na maior cidade da América Latina. Os profissionais paulistanos, certamente, serão os grandes prejudicados.