Há 51 anos estreava a 1ª versão de O Rebu

Exibida pela Rede Globo em 1974, trama de Bráulio Pedroso inovou ao usar narrativa não linear, suspense policial e uma ambientação de luxo que marcou época.
Há 51 anos estreava a 1ª versão de O Rebu
Foto: Montagem/Reprodução

Resumo da Notícia

Em 4 de novembro de 1974, estreava na Globo a primeira versão da novela O Rebu, escrita por Bráulio Pedroso. Em meio à busca por novas linguagens na televisão brasileira, a produção trouxe ousadia estética e estrutural: uma história contada em 24 horas, repleta de flashbacks, múltiplas perspectivas e um crime misterioso que prendia o público até o último capítulo.

A trama se tornou um marco de experimentação e abriu caminho para novas formas de narrativa na teledramaturgia nacional.

O Rebu estreava há 51 anos
Foto: Reprodução

Contexto histórico

Na década de 1970, a TV brasileira vivia um momento de consolidação e expansão criativa. O público começava a exigir tramas mais complexas e realistas, enquanto autores e diretores buscavam romper padrões narrativos estabelecidos.

Foi nesse cenário que O Rebu se destacou. Diferente das novelas tradicionais, focadas em histórias de amor ou dramas familiares, ela apostou em suspense e investigação — gêneros raros na época.

O próprio título fazia alusão ao caos: “rebu” era uma expressão popular usada para designar confusão, algo que refletia perfeitamente o clima da obra.

Enredo e estrutura inovadora

A história se passa quase inteiramente durante uma festa na mansão do banqueiro Conrad Mahler (interpretado por Ziembinski), no Alto da Boa Vista, no Rio de Janeiro.

Durante a celebração, um corpo é encontrado boiando na piscina, e a partir dessa descoberta a trama se desenrola em três linhas de tempo:

  • o presente (a festa),
  • o dia seguinte (a investigação),
  • e o passado dos personagens (revelado por meio de flashbacks).

Essa estrutura não cronológica foi inédita para a teledramaturgia brasileira da época, aproximando O Rebu de narrativas cinematográficas e criando uma experiência única de mistério e fragmentação narrativa.

A novela contou com 112 capítulos, exibidos entre 4 de novembro de 1974 e 11 de abril de 1975.

Inovações e curiosidades de bastidores

  • Tempo narrativo reduzido: toda a história se passa em 24 horas, um feito raro para novelas.
  • Cenário grandioso: a mansão Mahler foi construída em estúdio, com cerca de 300 m², dois andares e seis metros de altura.
  • Trilha sonora marcante: contou com composições de Raul Seixas e Paulo Coelho, incluindo o tema de abertura.
  • Suspense até o final: o público só descobriu o assassino nos últimos capítulos, o que aumentou a repercussão e audiência.
  • Raridade histórica: boa parte dos capítulos originais não foi preservada integralmente nos arquivos da Globo, tornando-se um registro incompleto, mas de alto valor histórico.

Importância cultural

O Rebu permanece na memória da TV brasileira como um divisor de águas. Sua estrutura ousada e ritmo cinematográfico mostraram que as novelas poderiam explorar narrativas mais sofisticadas, sem perder o interesse popular.

O formato de “quem matou?” inaugurado por O Rebu influenciou produções posteriores e se tornou uma das fórmulas de maior sucesso da teledramaturgia.

Em 2014, a Globo exibiu uma nova versão de O Rebu, que manteve a essência da original — o mistério, a ambientação luxuosa e o enredo contado em múltiplos tempos — adaptando-os à linguagem moderna.

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