Resumo da Notícia
O Senado Federal deu um passo ousado na renovação de sua frota oficial, substituindo os antigos sedans por SUVs de maior porte e valor agregado. A mudança, que inclui 79 unidades do Chevrolet Equinox 2025 e uma minivan adaptada JAC, elevou o custo mensal de R$ 377,8 mil para R$ 796,5 mil, mais do que o dobro do contrato anterior. O novo acordo faz parte de uma estratégia de terceirização que transfere todos os custos de operação à empresa contratada.
Firmado com a Quality Aluguel de Veículos S/A, o contrato foi fechado em maio, após pregão eletrônico realizado em junho. O valor total é de R$ 47,8 milhões para cinco anos de vigência, incluindo abastecimento, manutenção preventiva e corretiva, seguros, taxas e impostos. O aluguel contempla ainda a substituição periódica dos veículos a cada dois anos e meio, garantindo que a frota esteja sempre renovada.
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Os SUVs escolhidos pertencem às versões RS e Activ do Equinox, equipados com motor 1.5 turbo de 177 cv e câmbio automático de oito marchas. Eles contam com Wi-Fi nativo, Google Assistente integrado, teto solar, tração integral e acabamento refinado. O custo mensal de cada unidade é de R$ 9.956,50 — valor que engloba todos os serviços agregados inclusive lavagens e taxas de utilização da placa de bronze oficial.
A nova frota segue regras rígidas de uso, apenas senadores, o diretor-geral e o secretário-geral da Mesa têm acesso aos veículos, que só podem circular em um raio de 100 km do Congresso Nacional, de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana e feriados, os carros são recolhidos. Cinco parlamentares — Confúcio Moura, Vanderlan Cardoso, Eduardo Girão, Jorge Kajuru e Cleitinho — optaram por não utilizar os automóveis.
Embora o valor global tenha aumentado, o Senado alega economia frente ao orçamento estimado. Segundo nota oficial, a licitação previa um custo máximo de R$ 81,6 milhões, mas o contrato foi fechado por R$ 47,7 milhões, representando uma redução de 41,45%. A Casa também destaca que, com a terceirização, evita despesas extras com oficinas próprias e amplia o controle logístico sobre a frota.
O contrato anterior, assinado com a mesma empresa, envolvia sedans de modelos como Toyota Corolla e Nissan Sentra, com custo mensal de R$ 384.822. Além disso, o período era mais curto — dois anos e meio — e o valor global, de R$ 11,3 milhões. O salto no gasto está diretamente ligado à mudança de categoria dos veículos e à ampliação dos serviços agregados.
Os carros utilizados pela Presidência do Senado e por sua segurança não fazem parte deste contrato. Esses veículos estão vinculados a outro acordo, firmado em 2024, que inclui um modelo blindado para o presidente e outro para escolta. Todos os veículos oficiais utilizam placas de bronze, que demandam registro especial junto ao Detran-DF.
Caso o Senado optasse pela compra direta dos SUVs, o custo unitário ficaria entre R$ 242 mil e R$ 287 mil. Ao alugar, a Casa transfere todos os riscos de manutenção e desvalorização para a empresa contratada, evitando custos inesperados. Isso também garante maior previsibilidade orçamentária durante os cinco anos de vigência.
O controle da frota cabe à Coordenação de Transportes do Senado, responsável por registrar cada deslocamento, horário, quilometragem, motorista e finalidade. A medida tem como objetivo dar transparência e rastreabilidade ao uso dos automóveis oficiais, que são destinados exclusivamente ao trabalho parlamentar.
A decisão de elevar a categoria dos veículos reacende o debate sobre gastos públicos e prioridades orçamentárias. Enquanto defensores apontam ganhos de eficiência e segurança, críticos questionam a necessidade de SUVs de alto valor em meio a um cenário de ajuste fiscal. Ainda assim, os carros já estão em circulação, consolidando mais uma etapa na modernização da estrutura administrativa do Senado.


