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Senado aprova “Bolsa Estudantil” para alunos do Ensino Médio

Nesta terça-feira, dia 31, o cenário educacional brasileiro recebeu uma notícia significativa: a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou o projeto de lei que autoriza a criação da Bolsa Estudantil do Ensino Médio. Esta iniciativa, destinada a estudantes de baixa renda matriculados em escolas públicas, surge como uma estratégia para combater a evasão escolar e incentivar a permanência dos jovens na educação secundária.

O projeto de lei (PL) 3.166/2023, idealizado pelo senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), segue agora segue rumo à Comissão de Educação (CE).

Mas, quem se beneficiará desta proposta?

Os contemplados serão, principalmente, estudantes de baixa renda que estejam matriculados em escolas públicas. Entretanto, é vital destacar que o benefício é exclusivo para aqueles cujas famílias estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e que sejam beneficiárias do Bolsa Família. Além disso, para manter-se no programa, o aluno deverá apresentar frequência regular e evitar reprovações em seu histórico escolar.

Evasão escolar

O propósito por trás desta bolsa é combater a evasão escolar no ensino médio. Marcos Pontes ressalta que incentivos suplementares, como este, são cruciais para garantir que os jovens continuem seus estudos. Esta preocupação é compartilhada pelo relator do projeto, o senador Mauro Carvalho Junior (União-MT), que endossou a proposta, declarando: “A bolsa prevista no projeto pode contribuir sobremaneira para diminuir a evasão escolar, aumentar o acesso educacional da população, promover a equidade educacional e o desenvolvimento social e econômico do país.”

Entretanto, nem todas as propostas foram acolhidas. Uma emenda sugerida pelo senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) buscava conceder benefícios fiscais a pessoas físicas e jurídicas que apoiassem a manutenção do programa por meio de doações. Mas Mauro Carvalho Junior rejeitou a ideia, argumentando que, para tal emenda ser válida, medidas compensatórias para os cofres públicos seriam necessárias, conforme estabelece a legislação vigente.

Apoio do governo federal à Bolsa Estudantil

Não é só o Senado que reconhece a importância de apoiar os estudantes do Ensino Médio. No dia 27 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou firmemente que o governo federal está em sintonia com a proposta, reforçando a intenção de estabelecer um programa de bolsas para incentivar a permanência dos alunos nesta fase educacional. Segundo Lula, muitos adolescentes atualmente não enxergam a “utilidade” da escola, e é essencial mudar essa percepção.

Vamos criar um fundo de investimento para as crianças no Ensino Médio. Queremos que os alunos se sintam incentivados a não desistir da escola. A ideia é dar utilidade ao ensino e motivar os jovens a perseguirem seus objetivos acadêmicos“, enfatizou o presidente.

Lula acredita que este incentivo é uma etapa crucial para o Brasil avançar: “Nós queremos que esse jovem esteja motivado a ir para o Ensino Médio e, posteriormente, ingressar em uma universidade ou instituto federal. Esse é o caminho para que o país melhore de vida“, ressaltou.

Próximos passos e outras propostas

A intenção de criar a bolsa não é uma novidade dentro do Ministério da Educação. O ministro Camilo Santana já havia anunciado a ideia anteriormente. E, de acordo com Alexsandro do Nascimento, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica da pasta, a proposta está quase finalizada e deve ser apresentada em breve. “Estamos em fase de finalização. A ideia é estimular a frequência e a conclusão dos estudos“, afirmou Nascimento, mencionando que os detalhes ainda estão sendo discutidos em conjunto com a equipe econômica e a Casa Civil.

Vale ressaltar que o modelo proposto pelo governo federal encontra inspiração no programa “Cartão Escola 10” do estado de Alagoas. Iniciado em 2021, o programa alagoano disponibiliza um pagamento mensal de R$ 150 para incentivar os alunos a continuarem no ensino médio de tempo integral.

Além da Bolsa Estudantil, outra iniciativa está ganhando forma: o projeto de lei do Novo Ensino Médio. A proposta traz uma versão reformulada, em resposta às críticas recebidas de secretários de Educação, estudantes e entidades do setor. Entre as mudanças, destaca-se a carga horária ampliada para disciplinas como Português e Matemática e a inclusão da Língua Espanhola como obrigatória. Contudo, o texto pode enfrentar resistências no Congresso.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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