Durante entrevista concedida ao programa Canal Livre neste domingo (8), o senador Rogério Marinho (PL-RN) voltou a defender pontos centrais de sua visão liberal de direita e reafirmou posicionamentos contrários a políticas afirmativas no Brasil. De forma direta, o parlamentar criticou tanto o sistema de cotas quanto a legislação recente sobre igualdade salarial entre homens e mulheres, argumentando que tais medidas seriam reflexo do fracasso estrutural do Estado brasileiro.
A respeito das cotas, Marinho afirmou que considera a política uma consequência da incapacidade do Estado de garantir igualdade de oportunidades. “Eu voto contra a cota e defendo. Eu acho que a cota é uma forma de você reconhecer que o Estado brasileiro falhou, que ele não conseguiu dar condições de igualdade à sociedade brasileira como um todo“, disse.
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O senador também comentou sua posição contrária ao projeto de lei que institui a igualdade salarial entre gêneros, aprovado em 2019. Ele relembrou que votou contra a proposta e classificou a medida como desnecessária, argumentando que a legislação trabalhista brasileira já proíbe a diferença salarial entre homens e mulheres em condições iguais de contratação desde 1943.
“Eu votei contra essa questão da igualdade na remuneração entre homens e mulheres, porque isso é uma idiotice. Desde 1943 já está na lei que você não pode pagar diferente a homem e mulher na hora que você contrata a pessoa em igualdade de condições“, afirmou.
Marinho defendeu que a remuneração salarial deve ser determinada pela produtividade individual. Como exemplo, citou o setor de vendas: “Se eu contrato para uma loja de sapatos, por exemplo, homem ou mulher, no final do dia os dois têm o mesmo salário. Alguém vendeu 10 sapatos, outro vendeu cinco. Quem vendeu 10 sapatos, independente do gênero, tem que ganhar mais. Eu tenho que estimular a produtividade“, explicou.
O senador ainda destacou que o projeto de igualdade salarial foi aprovado com ampla maioria no Congresso. “Com esse politicamente correto, votamos quase de forma unânime nessa bobagem e aí estão as empresas correndo atrás desse processo“, disse.
Durante a entrevista, Marinho defendeu que qualquer presidente com agenda liberal e de direita deve ter clareza na defesa desses princípios. “Qualquer presidente da República que se coloque com uma agenda liberal de direita precisa ter a convicção na defesa desses princípios, de mudança de paradigmas, inclusive da forma como o país vai ser administrado“, afirmou.
Ao longo da conversa, classificou-se como “antipolítico” e afirmou que a defesa de pautas como produtividade e liberdade econômica exigem boa comunicação com o eleitorado. “Agora, como se vende isso à população? Aí a gente precisa de um bom marqueteiro, que não é o meu marqueteiro“, completou.
Com declarações diretas e polêmicas, Rogério Marinho mantém a defesa de pilares centrais do liberalismo econômico e da meritocracia, colocando-se novamente em posição crítica às políticas públicas que, segundo ele, mascaram deficiências estruturais do Estado brasileiro.
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