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PF liga Bolsonaro a esquema que tentou desviar mais de R$ 6,8 milhões

O relatório da Polícia Federal, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), teve seu sigilo quebrado pelo ministro Alexandre de Moraes nesta segunda-feira (8).

A Polícia Federal (PF) concluiu uma investigação que liga o ex-presidente Jair Bolsonaro ao desvio ou tentativa de desvio de mais de R$ 6,8 milhões em presentes recebidos de países estrangeiros durante seu mandato. O valor inicialmente divulgado no relatório era de R$ 25 milhões, mas a PF corrigiu o erro material, ajustando para R$ 6,8 milhões, conforme outros trechos do documento.

A investigação revelou a existência de uma associação criminosa com o objetivo de desviar e vender itens valiosos, como esculturas, joias e relógios, recebidos oficialmente por Bolsonaro. Segundo o relatório, “os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente, através de intermediários e sem uso do sistema bancário formal, para ocultar a origem, localização e propriedade dos valores“.

Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciadas pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O relatório da PF, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (5), teve seu sigilo quebrado pelo ministro Alexandre de Moraes nesta segunda-feira (8). A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisará o caso para decidir se arquiva ou denuncia os indiciados, podendo ainda solicitar nova coleta de provas.

Assinado pelo delegado Fábio Shor, o documento aponta uma associação criminosa voltada para o desvio de presentes de alto valor, entregues a Bolsonaro e comitivas em nome do governo brasileiro durante viagens internacionais. Parte dos valores desviados pode ter sido utilizada para custear a estadia de Bolsonaro nos Estados Unidos, onde permaneceu por mais de três meses após deixar a Presidência.

Em março de 2023, com a venda de presentes oficiais sendo noticiada, uma nova operação foi lançada para recuperar itens já vendidos no mercado. O objetivo era ocultar a localização e movimentação dos bens desviados, além de assegurar, mediante ocultação, os proventos obtidos com a venda de parte desses bens. A PF concluiu que “os proventos obtidos pela venda ilícita das joias desviadas retornaram, em espécie, para o patrimônio de Bolsonaro, possivelmente utilizados para custear suas despesas em dólar nos EUA“.

As investigações contaram com a colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou acordo de colaboração premiada. O envolvimento do pai de Mauro Cid, general Mauro Lorena Cid, foi destacado no repasse de US$ 68 mil ao ex-presidente. O dinheiro, recebido na conta bancária do general após a venda de relógios de luxo, foi parte do esquema revelado.

Entre as provas anexadas aos autos estão comprovantes de saques bancários no Brasil e nos EUA, e planilhas mantidas por Marcelo Câmara, assessor responsável pela contabilidade pessoal de Bolsonaro.

O N10 Notícias tentou contato com a defesa dos citados, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestações.

Os presentes sob investigação incluem:

  1. Conjunto de itens masculinos Chopard: caneta, anel, par de abotoaduras, rosário árabe e relógio, recebidos pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após viagem à Arábia Saudita em outubro de 2021.
  2. Kit de joias: anel, abotoaduras, rosário islâmico e relógio Rolex de ouro branco, entregue a Bolsonaro durante visita oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.
  3. Esculturas douradas: barco e palmeira, entregues a Bolsonaro em novembro de 2021 no Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em Manama, no Bahrein.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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