Em entrevista ao jornalista Léo Dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) expressou cautela em relação às aspirações do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) de concorrer ao Senado. Apesar de reconhecer o potencial do aliado, Bolsonaro enfatizou a necessidade de “estabilidade” antes de Ferreira almejar cargos de maior envergadura.
Ferreira havia manifestado interesse em disputar uma vaga no Senado caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a idade mínima para o cargo fosse aprovada. A chamada “PEC da idade mínima” propõe diminuir de 35 para 30 anos a idade mínima para candidatos à presidência e ao Senado.
Questionado sobre um possível receio de perder espaço para o deputado mineiro, Bolsonaro respondeu que, embora o sucesso de Nikolas seja inegável, ele precisa de maturidade para identificar o momento certo de avançar. O ex-presidente declarou:
“Ele (Nikolas) se empolgou um pouco com uma proposta de emenda à Constituição para reduzir para 30 anos (a idade mínima) para disputar o Senado por Minas Gerais, mas existem certas coisas que vêm com a idade. Um cara para ser presidente ou senador com 30 anos, eu acho muito pouco essa idade e acredito que os senadores não apoiariam uma PEC dessas, porque isso seria mais concorrência para o Senado“.
Bolsonaro revelou ter conversado com Ferreira sobre o assunto, aconselhando-o a manter a humildade e a não se deixar levar pela fama:
“Eu já conversei com ele sobre isso; não deixa a fama subir na cabeça, e ele tem a cabeça no lugar“.
Até o momento da publicação desta notícia, Nikolas Ferreira não se manifestou sobre as declarações de Bolsonaro.
A PEC 20/07, de autoria do deputado federal Eros Biondini (PL-MG), aliado de Ferreira, visa alterar os requisitos de idade para candidatura à presidência e ao Senado. A possível aprovação da PEC foi vista por algumas lideranças da direita como uma oportunidade de lançar Nikolas Ferreira como alternativa para a disputa presidencial de 2026, considerando a inelegibilidade de Bolsonaro até 2030. A denúncia da PGR contra Bolsonaro gerou diversas reações, inclusive entre aliados e militares.
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