Rebeldes sírios anunciaram a queda do regime de Bashar al-Assad após mais de meio século de domínio da família Assad. A informação foi confirmada pela tomada da televisão estatal, que interrompeu a programação para veicular mensagens proclamando a vitória da “grande revolução síria” e a derrota do que chamaram de “regime criminoso de Assad”. A transmissão incluía música revolucionária e patriótica, segundo relatos.
Em meio ao caos, uma mensagem subsequente na TV estatal apelou à população síria para proteger propriedades públicas e privadas. A mídia estatal russa, TASS, reportou que Assad e sua família buscaram e receberam asilo humanitário em Moscou, na Rússia, citando uma fonte do Kremlin.
O longo governo de Bashar al-Assad, que começou em 2000, findou-se após a tomada de Damasco pelos rebeldes. A família Assad esteve no poder por mais de um século. O conflito na Síria, que se iniciou em 2011 durante a Primavera Árabe, com a repressão de protestos pró-democracia pelo regime, evoluiu para uma guerra civil de grande escala.
O Exército Sírio Livre, uma força rebelde, formou-se para combater as tropas do governo. O grupo terrorista Estado Islâmico também se estabeleceu no país, chegando a controlar até 70% do território sírio. A guerra se intensificou, transformando-se numa “guerra por procuração”, com a participação de atores regionais e potências mundiais, como Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos e Rússia.
A Rússia se aliou ao governo de Assad contra o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os EUA lideraram uma coalizão internacional para combater o grupo terrorista. Após um cessar-fogo em 2020, confrontos menores entre rebeldes e o regime de Assad persistiram. De acordo com a ONU, a guerra causou a morte de mais de 300 mil civis e milhões de deslocados. O líder rebelde Abu al-Golani declarou a queda de Assad como ‘vitória para a nação islâmica’.
“Apelamos ao grande povo sírio para proteger as propriedades públicas e privadas”, afirmou a mensagem transmitida na televisão estatal síria.
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