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Psicóloga alerta: apostas online podem causar danos psicológicos em adolescentes

Pesquisa aponta que 76% dos internautas brasileiros apostam online, tendo homens e geração Y como o perfil que mais engaja em plataformas de loterias e palpites esportivos.

O aumento das apostas online no Brasil tem levantado sérias preocupações quanto aos impactos na saúde mental dos adolescentes. Segundo um estudo recente do Instituto QualiBest em 2023, 76% dos internautas brasileiros já participaram de algum tipo de jogo ou aposta, sendo as loterias e as apostas esportivas as mais comuns. A pesquisa destaca que a maior parte desse público é composta por jovens da geração Y (nascidos entre 1982 e 1994), com 39% deles sendo homens.

A popularidade dos jogos de azar entre os jovens tem acendido um alerta entre pais e educadores. A facilidade de acesso às plataformas de apostas online e a promoção dessas atividades por influenciadores digitais criam um ambiente propício para que adolescentes, muitas vezes sem verificação de idade, entrem nesse universo arriscado. A psicóloga Miriam Carvalho, docente do curso de Psicologia da Estácio, em entrevista ao N10 Notícias, destaca a falta de entendimento dos jovens sobre os riscos envolvidos, afirmando que a exposição constante a esses conteúdos pode obscurecer a percepção dos adolescentes sobre os perigos reais e as consequências do jogo.

Quando questionada pelo N10 Notícias sobre as implicações do comportamento de jogo entre adolescentes, Miriam Carvalho ressalta que o acesso irrestrito a sites de apostas pode gerar um ciclo de jogo compulsivo. Esse ciclo pode rapidamente evoluir para um vício, com consequências devastadoras para a vida dos jovens. Segundo a psicóloga, esse vício pode impactar negativamente áreas importantes da vida do jovem, como desempenho escolar, relações familiares e até mesmo a saúde financeira.

Os dados da pesquisa do Instituto QualiBest mostram que o gasto médio mensal com apostas online é de R$ 58,00, podendo chegar a R$ 80,00 entre as classes AB e a geração Y. A frequência das apostas também é preocupante, com 38% dos jogadores apostando pelo menos uma vez por semana, e 23% quinzenalmente. Essa tendência é ainda mais alarmante entre os mais jovens, das gerações Z e Y, que se mostram abertos a novas modalidades de apostas, caso estejam disponíveis no Brasil.

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Intervenções proativas para prevenção

Para mitigar os riscos associados aos jogos de azar, a psicóloga Miriam Carvalho recomenda uma série de ações que pais e responsáveis podem adotar:

  1. Educação e Conscientização: É importante que os pais se informem sobre o mundo das apostas online para poderem abordar o tema de maneira construtiva com seus filhos. Entender os impactos potenciais é fundamental para um diálogo eficaz.
  2. Diálogo Aberto: Incentivar conversas honestas sobre os riscos das apostas pode ajudar a criar um ambiente de confiança. Evitar o alarmismo e focar nas consequências reais pode ser mais eficaz.
  3. Controle e Monitoramento: Implementar ferramentas de controle parental e monitorar o uso de dispositivos pode limitar o acesso dos adolescentes a plataformas de apostas.
  4. Gerenciamento Financeiro: Ensinar os jovens sobre o valor do dinheiro e a importância do planejamento financeiro pode prevenir comportamentos impulsivos.
  5. Apoio e Recursos: Em casos de vício, buscar ajuda profissional é essencial. Grupos de apoio e recursos especializados podem oferecer o suporte necessário para lidar com o problema.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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