Cigarro eletrônico diminui contagem de espermatozoides e prejudica fertilidade, diz estudo

Nos últimos anos, o cigarro eletrônico ganhou destaque como alternativa ao cigarro convencional. Contudo, os riscos à saúde, especialmente à fertilidade masculina, continuam sendo objeto de preocupação e estudo. Novas descobertas, publicadas em setembro na Revista Internacional de Andrología, têm o potencial de alterar o panorama atual da popularidade deste dispositivo.

Segundo o novo estudo, o uso contínuo do cigarro eletrônico tem um impacto direto na contagem de espermatozoides. O dado em si já é alarmante, mas os detalhes são ainda mais preocupantes. Comparando a saúde reprodutiva de ratos submetidos ao vapor do cigarro eletrônico com aqueles sem exposição, foi constatado que a contagem de espermatozoides nos ratos expostos era menor.

O Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo, esclarece: “Ratos expostos ao vapor do cigarro eletrônico apresentaram contagens de 95,1 milhões de espermatozoides por mililitro, enquanto o grupo de controle mostrou 98,5 milhões por mililitro”.

A comparação com o cigarro convencional

Apesar dos danos causados pelo cigarro eletrônico à fertilidade, os cigarros tradicionais mostraram-se ainda mais prejudiciais. “Aqueles expostos à fumaça do cigarro convencional tiveram contagens ainda menores, com 89 milhões de espermatozoides/ml”, ressalta o médico. Isso não minimiza os riscos do cigarro eletrônico, mas reforça a necessidade de evitar ambos para quem deseja preservar sua saúde reprodutiva.

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Alterações celulares: ameaças além da contagem

Não é só a quantidade que está em jogo. O estudo revelou que o cigarro eletrônico também provoca alterações significativas nas células dos testículos. “Cinco dos oito ratos expostos apresentaram alterações estruturais nos testículos”, aponta Dr. Rosa.

Este impacto pode estar associado ao estresse oxidativo causado pelo líquido do cigarro eletrônico. Além de afetar a contagem de espermatozoides, também há sinais de morte celular e atrofia de tecidos, o que pode comprometer a função sexual.

Com estudos em humanos corroborando os resultados, a mensagem é clara: para quem busca preservar sua saúde reprodutiva ou está tentando engravidar, é essencial se afastar do cigarro e do cigarro eletrônico. Como bem lembra o Dr. Rodrigo Rosa, adotar um estilo de vida saudável é o caminho para um futuro reprodutivo promissor.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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