Cresce o número de casos de internações entre crianças associados ao rinovírus

A recente alta no número de casos de internações entre crianças de 2 a 14 anos associadas ao rinovírus tem gerado preocupação em estados como Espírito Santo, Bahia, Paraná e São Paulo, além de Natal – capital do Rio Grande do Norte. A situação foi revelada em um novo boletim InfoGripe, referente à Semana Epidemiológica de 6 a 12 de agosto.

Embora não haja indícios de que seja uma retomada da COVID-19 ou do vírus Influenza nessas faixas etárias, o rinovírus tem registrado um aumento, o que tem sido associado ao aumento nas internações.

O que é o Rinovírus?

O rinovírus é um tipo de vírus que causa infecções respiratórias, sendo responsável por grande parte dos casos de resfriado comum – além de ser capaz de desenvolver quadros infecciosos mais graves em crianças. Ele é transmitido por meio de gotículas de saliva expelidas pela tosse, espirro ou fala de pessoas infectadas, assim como por contato com superfícies contaminadas. Os sintomas mais comuns incluem coriza, espirros, congestão nasal, dor de garganta e tosse. Embora geralmente não cause complicações graves, em pessoas com imunidade baixa ou doenças crônicas, o rinovírus pode levar a problemas mais sérios.

Preocupação com a saúde das crianças

Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), analisou a situação e destacou a importância de manter a vigilância. “Não há indícios de que pode ser uma retomada da covid-19 nessas faixas etárias, nem do vírus Influenza, mas o rinovírus está com um ligeiro aumento e a gente tem visto aumento nas internações nessas faixas etárias”, disse Gomes.

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Gomes ressaltou que, em relação às crianças menores de 2 anos, há sinais de aumento de casos ligados ao rinovírus em Roraima e nas capitais Boa Vista e Porto Alegre. Ele enfatizou a importância dos estados continuarem os fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-CoV-2 (covid-19) em todo o país.

Análise dos dados

De acordo com o boletim da Fiocruz, divulgado em 17 de agosto, o aumento de casos de rinovírus foi detectado, apesar do cenário permanecer estável em relação às Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) de modo geral. A análise se baseia em dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 14 deste mês.

O boletim indica ainda a manutenção de volume expressivo de novos casos semanais de SRAG no Acre, mas com interrupção no aumento. No Rio de Janeiro, o cenário no estado e na capital não sugere aumento, apenas pequenas oscilações. Quatro capitais apresentam alta de casos: Belém (PA), Boa Vista (RR), Natal (RN) e Porto Alegre (RS). Houve também um ligeiro crescimento na população maior de 65 anos na capital gaúcha.

Prevalência de vírus respiratórios

Segundo o boletim, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, foi de:

  • Vírus sincicial respiratório (25,2%)
  • Sars-CoV-2/Covid-19 (22,3%)
  • influenza A (5%)
  • influenza B (2,5%)

Entre os óbitos registrados, a presença desses mesmos vírus entre os resultados positivos foi de Sars-CoV-2/Covid-19 (52,6%); vírus sincicial respiratório (10,5%); influenza A (9,2%); e influenza B (6,6%).

O boletim revela que no ano epidemiológico de 2023, já foram notificados 121.214 casos de SRAG, sendo 47.134 (38,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 59.248 (48,9%) negativos, e pelo menos 8.168 (6,7%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 9,2% são influenza A; 4,9% são influenza B; 40,7% são vírus sincicial respiratório (VSR); e 30,6% são Sars-CoV-2 (covid-19).

Diante da situação, especialistas pedem que pais e responsáveis fiquem atentos aos sintomas de infecções respiratórias em crianças e reforcem medidas de prevenção, como a higiene das mãos e o uso de máscaras. Em caso de dúvidas, é importante procurar orientação médica.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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