Bolsonaro era origem de fake news disseminadas por empresários, diz PF

As manchetes desta quarta-feira (23) voltaram-se para o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. Um relatório produzido pela Polícia Federal (PF) trouxe à tona detalhes de uma investigação que conecta Bolsonaro à disseminação de fake news. Com um rastro digital, os investigadores rastrearam mensagens que ligam o ex-presidente a um dos empresários mais proeminentes do Brasil: Meyer Nigri, fundador da construtora Tecnisa.

A cadeia de mensagens falsas

Segundo o UOL, Bolsonaro encaminhou, no decorrer do último ano, pelo menos 18 mensagens contendo ataques ao Judiciário e inverdades sobre urnas eletrônicas e vacinas contra a covid-19 para Meyer Nigri. Essas mensagens não pararam por aí. Nigri, por sua vez, transmitiu o conteúdo para outros empresários, ampliando o alcance dessas informações.

Dentro desse conjunto de mensagens, uma em particular chamou a atenção, mencionando “sangue” e “guerra civil” em relação à possibilidade de Bolsonaro perder as eleições. Essas declarações preocupantes levaram a Polícia Federal a intimar Bolsonaro para prestar depoimento.

Meyer Nigri: o intermédio no circuito

Os relatórios da Polícia Federal, aos quais o UOL teve acesso exclusivo, mostraram que Nigri desempenhou um papel crucial no ciclo dessas mensagens. Seus registros digitais evidenciaram que, após receber as mensagens de Bolsonaro, o empresário as compartilhava amplamente em diversos grupos de WhatsApp.

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Essa prática não era novidade para Nigri. Em 2018, ele já havia sido ligado a áudios de WhatsApp que circularam entre empresários de São Paulo. Essas mensagens, que sugeriam uma aliança entre Geraldo Alckmin e o PT, aparentemente desviaram o apoio do ex-governador.

O conteúdo das mensagens

A Polícia Federal detalhou, nos seus relatórios, as informações falsas disseminadas por Bolsonaro e Nigri. Entre elas, encontravam-se mensagens sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas, questionando a confiabilidade do TSE. Além disso, o ex-presidente também compartilhou inverdades sobre a vacina contra a covid-19, alegando que estas não eram seguras e tinham efeitos colaterais não comprovados.

Consequências e reações

As revelações feitas pela Polícia Federal têm potencial para causar sérias repercussões para Bolsonaro. Já era de conhecimento público que o ex-presidente estava sob investigação por disseminação de notícias falsas sobre a vacina da covid-19. Agora, com novas evidências surgindo, essa investigação pode ganhar um novo ímpeto.

Enquanto Bolsonaro permanece em silêncio, optando por não comentar as descobertas, os advogados dos envolvidos se manifestaram. Alberto Toron, advogado de Nigri, enfatizou que seu cliente nunca foi um disseminador de notícias falsas, reiterando sua confiança na Justiça.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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