Emprego formal cai 26,6% em 9 meses, revela Caged

O panorama dos empregos formais no Brasil em 2023 revelou uma queda expressiva. Até setembro, o país gerou 1,59 milhão de vagas formais, marcando um recuo de 26,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego divulgados nesta segunda-feira (30). Mas, o que está por trás desses números e como eles se comparam ao cenário de 2022?

O cenário em setembro de 2023

Em setembro deste ano, foram gerados 211,76 mil empregos com carteira assinada. Essa cifra, apesar de representar uma conquista em tempos de incertezas econômicas, é 23,8% inferior à de setembro de 2022, que contabilizou a criação de 278,02 mil empregos formais.

Além disso, uma análise mais aprofundada do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) evidencia que, em setembro de 2023, houve 1,9 milhão de contratações frente a 1,7 milhão de demissões. Esse saldo líquido de contratações, embora positivo, revela a volatilidade do mercado de trabalho.

Cenário em 2022

Para entender melhor essa queda, é válido revisitar os empregos formais de setembro de 2022. Naquele período, 330,04 mil vagas formais foram abertas. No entanto, ao tentar fazer uma comparação com anos anteriores a 2020, encontramos desafios. Mudanças na metodologia adotada pelo governo anterior tornam esse exercício menos preciso.

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A queda de 26,6% em relação aos empregos formais gerados de janeiro a setembro de 2023, comparado a 2022, é um pouco preocupante. Em números absolutos, em 2022, 2,17 milhões de empregos com carteira assinada foram criados até o mês de setembro.

Setores em destaque

Analisando a distribuição por setores, em setembro de 2023, todos eles apresentaram criação de empregos formais. São Paulo liderou a geração de empregos, com 47.306 postos, seguido por Pernambuco e Rio de Janeiro. Em termos de atividades econômicas, o setor de Serviços destacou-se com um saldo positivo de 98.206 postos. Comércio e Indústria também foram protagonistas, com 43.465 e 43.214 postos respectivamente.

Salários e realidades

O salário médio de admissão em setembro de 2023 foi de R$ 2.032,07, indicando uma queda real em comparação a agosto do mesmo ano. Entretanto, em relação a setembro de 2022, houve um aumento, visto que o salário médio de admissão daquele mês era de R$ 2.018,15.

Caged versus Pnad

Um ponto a se considerar é a diferença entre os dados do Caged e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad). O Caged aborda empregos com carteira assinada no setor privado, enquanto a Pnad engloba também o setor informal da economia.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego foi de 7,8% no trimestre móvel finalizado em agosto de 2023. Esse é o menor índice desde fevereiro de 2015.

A geração de empregos formais é um dos principais indicadores de saúde econômica de um país. Embora o Brasil tenha enfrentado desafios em 2023, a abertura de vagas formais em todos os setores mostra que há resiliência e potencial de recuperação. Acompanhar essas métricas e entender seus contextos é essencial para planejar estratégias de desenvolvimento e crescimento sustentáveis.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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