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Coreia do Norte e Rússia firmam acordo que prevê ajuda mútua em ataques

As relações bilaterais, segundo Vladimir Putin e Kim Jong-un, estão entrando em um "período de novo grande florescimento", comparável, ou até superior, ao período das relações entre a Coreia do Norte e a União Soviética.

Em uma visita marcada por celebrações exuberantes, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, reafirmaram os laços entre os dois países com a assinatura de um Tratado de Parceria Estratégica Integral. Este tratado, descrito como “inovador” por Putin, substitui acordos anteriores e estabelece uma cooperação robusta e multifacetada.

Putin foi recebido com grande entusiasmo em Pyongyang, na primeira visita ao país desde 2000. Kim Jong-un e Putin conversaram animadamente assim que o líder russo desembarcou. A cerimônia oficial contou com um desfile militar na Praça Kim Il-sung, onde milhares de cidadãos norte-coreanos saudaram os líderes com flores, bandeiras e balões coloridos. Uma orquestra tocou o hino russo enquanto soldados das forças terrestres, navais e aéreas norte-coreanas formavam a guarda de honra.

Após o desfile, Putin e Kim participaram de longas negociações na residência governamental Kumsusan. As negociações resultaram na assinatura do Tratado de Parceria Estratégica Integral, que prevê assistência mútua em caso de agressão contra qualquer uma das partes. Kim Jong-un destacou que o tratado tem uma natureza “pacífica e defensiva”, e que servirá como força motriz para a criação de um novo mundo multipolar. Putin afirmou que o tratado abrange cooperação em política, economia, cultura e defesa.

Durante a coletiva de imprensa, Putin destacou a importância da parceria russo-norte-coreana e criticou as ações dos Estados Unidos e da OTAN. Ele mencionou que a cooperação técnico-militar entre Rússia e Coreia do Norte pode incluir diversos formatos, desde o fornecimento de equipamentos militares até apoio direto. Putin destacou que os exercícios militares conjuntos dos EUA, Coreia do Sul e Japão são “hostis” e “confrontacionais”.

O tratado firmado reforça a cooperação em diversas áreas, incluindo política, economia, cultura e defesa. Putin enfatizou que a parceria vai além de questões militares, abrangendo também agricultura, educação, esportes e turismo. As relações bilaterais, segundo ambos os líderes, estão entrando em um “período de novo grande florescimento”, comparável, ou até superior, ao período das relações entre a Coreia do Norte e a União Soviética.

Kim Jong-un também falou sobre a importância do tratado, descrevendo-o como um evento de “enorme significado estratégico” e expressou sua satisfação com a rápida conclusão do acordo, apenas nove meses após a última reunião com Putin no cosmódromo Vostochni. Kim enfatizou a amizade e a aliança histórica entre os dois países e elogiou a visão e a determinação de Putin.

A visita de Putin provocou reações diversas no cenário internacional. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, descreveu a reação ocidental como “histérica e convulsiva”, atribuindo isso ao “ódio histórico” dos Estados Unidos pela Coreia do Norte. Zakharova criticou a abordagem dos EUA e da OTAN na região, afirmando que qualquer movimento russo na Ásia-Pacífico gera uma reação exacerbada de Washington e seus aliados.

Negociações Rússia-Coreia do Norte.
Negociações Rússia-Coreia do Norte. (Foto de Kristina Kormilitsyna/Kremlin.ru)

O especialista militar russo Igor Korotchenko sugeriu que o novo tratado poderia ser aplicado no contexto da operação militar especial da Rússia na Ucrânia. Segundo ele, a presença de tropas e conselheiros da OTAN em territórios reivindicados pela Rússia poderia ser vista como uma agressão, justificando a aplicação do tratado.

Durante a visita, Putin e Kim também visitaram o Monumento à Libertação, erguido em 1946 para comemorar a libertação da Coreia pelo Exército Vermelho. Além disso, visitaram a igreja ortodoxa da Santíssima Trindade Vivificante, o primeiro e único templo ortodoxo na Coreia do Norte, localizado no distrito de Rangrang.

A relação entre Rússia e Coreia do Norte tem uma longa história, remontando ao apoio soviético durante a libertação da Coreia do domínio japonês e durante a Guerra da Coreia. A visita de Putin a Pyongyang em 2000 e as subsequentes visitas de Kim Jong-il a Moscou reforçaram essa aliança. A atual visita e o novo tratado marcam um aprofundamento significativo dessa parceria, especialmente em um momento de crescente tensão internacional.

Putin também destacou a importância do apoio mútuo entre os dois países diante das sanções e pressões ocidentais. Ele afirmou que tanto Rússia quanto Coreia do Norte defendem um “mundo multipolar mais justo e democrático” e que continuarão a se opor às sanções e restrições impostas por motivos políticos.

Kim Jong-un valorizou o papel da Rússia na manutenção da estabilidade global e reiterou a intenção de fortalecer a comunicação estratégica com Moscou. Ele expressou sua satisfação com a rápida conclusão do tratado, destacando a determinação de Putin como fator crucial para o sucesso das negociações.

Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas.Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo.Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores.Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para [email protected].

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