Megalópolis: o novo épico de Coppola ganha data de estreia no Brasil em meio a polêmicas
Megalópolis foi exibido pela primeira vez no Festival de Cannes deste ano, onde competiu pela Palma de Ouro.
O aguardado épico de ficção científica “Megalópolis”, dirigido por Francis Ford Coppola, finalmente ganhou data de estreia no Brasil. O filme, que é um dos projetos mais ambiciosos do diretor de “O Poderoso Chefão” e “Apocalypse Now”, será distribuído pela O2 Play e chegará aos cinemas brasileiros em 31 de outubro. A novidade foi anunciada pelo diretor da distribuidora, Igor Kupstas, em um comunicado à imprensa, gerando grande expectativa entre os cinéfilos brasileiros.
Escrito e dirigido por Coppola, Megalópolis se passa em uma cidade futurista chamada Nova Roma. A trama acompanha o confronto entre Cesar Catilina, interpretado por Adam Driver (conhecido por seus papéis em “Infiltrado na Klan” e na franquia “Star Wars”), e Franklyn Cicero, vivido por Giancarlo Esposito (celebrado por seus trabalhos em “Breaking Bad” e “Better Call Saul”). Catilina é um artista visionário que almeja construir um futuro utópico e idealista, enquanto Cicero, o prefeito da cidade, defende a manutenção de um status quo conservador, marcado pela ganância e pela perpetuação de interesses particulares.
Entre esses dois personagens centrais, está Julia Cicero, filha de Franklyn e interpretada por Nathalie Emmanuel (conhecida por seu papel em “Game of Thrones”). Julia enfrenta um dilema emocional e moral, dividida entre a lealdade ao pai e seu amor por Catilina. A complexidade dessa relação é um dos elementos centrais do filme, explorando temas como poder, corrupção, lealdade familiar, e a busca por um ideal utópico em meio a uma sociedade decadente.
O retorno de um mestre do cinema
Francis Ford Coppola, que marcou a história do cinema com clássicos como “O Poderoso Chefão” (1972) e “Apocalypse Now” (1979), retorna com Megalópolis após um longo período afastado das grandes produções. O projeto, que estava em desenvolvimento há mais de duas décadas, é considerado um dos mais pessoais e ambiciosos de sua carreira. Coppola investiu grande parte de sua fortuna pessoal no filme, demonstrando o quanto acredita na importância dessa obra.
Megalópolis foi exibido pela primeira vez no Festival de Cannes deste ano, onde competiu pela Palma de Ouro. A recepção, no entanto, foi mista, com alguns críticos elogiando a visão grandiosa e a coragem de Coppola em abordar temas tão complexos, enquanto outros apontaram problemas no ritmo e na execução da narrativa.
Controvérsias nos bastidores
Além de Adam Driver, Giancarlo Esposito e Nathalie Emmanuel, o filme Megalópolis conta com um elenco de peso que inclui Aubrey Plaza, Shia LaBeouf, Jon Voight, Laurence Fishburne, Talia Shire, Jason Schwartzman, Kathryn Hunter, e Dustin Hoffman. A diversidade e o talento do elenco são um dos grandes atrativos do filme, prometendo performances memoráveis que adicionam camadas de complexidade à narrativa.
Entretanto, Megalópolis não esteve imune a controvérsias. Durante as filmagens, surgiram acusações graves contra Coppola, envolvendo o suposto comportamento inadequado do diretor com figurantes em uma cena ambientada em uma boate. Segundo relatos, Coppola teria beijado e apalpado figurantes femininas para deixá-las “no clima” da cena.
Essas acusações foram recebidas com reações divergentes. Rayna Menz, uma das figurantes envolvidas, defendeu Coppola, afirmando que “ele não fez nada para me fazer ou a qualquer um no set se sentir desconfortável” e classificou as acusações como “ridículas e super antiprofissionais”. No entanto, outra figurante, Lauren Pagone, relatou à Variety que se sentiu chocada e desconfortável com a situação, revelando que não esperava tal comportamento do diretor.
Em resposta às alegações, Darren Demetre, um dos produtores executivos do filme, afirmou ao The Hollywood Reporter que não teve conhecimento de qualquer reclamação de assédio ou mau comportamento durante a produção. As controvérsias, no entanto, adicionaram uma camada de polêmica ao filme, que já era um dos mais discutidos do ano devido à sua ambição e ao retorno de Coppola ao cinema.