Docentes de 19 universidades e institutos federais decretam greve a partir de hoje (15)

A categoria dos servidores técnico-administrativos foi a primeira a cruzar os braços. Os profissionais iniciaram as greves no início de março.

A comunidade acadêmica das universidades federais e institutos federais do Brasil enfrentará um início de semana conturbado com o início de uma greve de professores marcada para esta segunda-feira, 15 de abril. A mobilização ocorre em meio a reivindicações por reajuste salarial e a equiparação de benefícios com aqueles oferecidos aos servidores do Poder Judiciário e do Congresso Nacional.

Atualmente, o Brasil possui 69 universidades federais e 38 institutos federais. Entre eles, 30 já se encontram em estado de greve, incluindo o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Essas instituições são representadas por uma variedade de sindicatos, que têm buscado unificar suas ações nas últimas semanas para aumentar o impacto nas negociações com o governo federal.

Os docentes estão pedindo um aumento salarial de 22%, que seria dividido em três parcelas anuais de aproximadamente 7%, a serem aplicadas nos anos de 2024, 2025 e 2026. Esta demanda visa compensar as perdas acumuladas desde 2016, além de considerar a projeção inflacionária até 2025. Em resposta, o governo propôs um reajuste que começaria apenas em 2025, com um incremento anual de 4,5% até 2026. Adicionalmente, a proposta governamental inclui um aumento de quase 52% no auxílio-alimentação, elevando o valor de R$ 658 para R$ 1.000 mensais, e um reajuste de 51% nos auxílios-creche e saúde, com início em maio de 2024. Os sindicatos, contudo, rejeitaram essas condições.

Os servidores técnico-administrativos deram o ponta-pé inicial na greve, que foi iniciada no começo de março. Eles reivindicam um reajuste de 34%, também proposto para ser distribuído em três parcelas nos próximos três anos. Com a greve, serviços essenciais como a emissão de diplomas e históricos escolares estão comprometidos.

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Além das questões salariais, há um forte apelo para o “revogaço”, uma demanda para que o governo federal revogue uma série de decretos e normativas estabelecidos em gestões anteriores. Estes decretos abordam temas como jornadas de trabalho especiais, procedimentos disciplinares durante greves e aspectos previdenciários.

Segue a lista das instituições que anunciaram adesão à greve a partir de segunda:

  1. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab)
  2. Universidade Federal de Brasília (UnB)
  3. Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  4. Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
  5. Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
  6. Universidade Federal de Viçosa (UFV)
  7. Universidade Federal do Cariri (UFCA)
  8. Universidade Federal do Ceará (UFC)
  9. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
  10. Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
  11. Universidade Federal do Pará (UFPA)
  12. Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  13. Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)
  14. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
  15. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
  16. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG)
  17. Instituto Federal do Piauí (IFPI)

Os movimentos grevistas continuam a pressionar por negociações que atendam às suas exigências, enquanto o impacto da paralisação começa a ser sentido tanto pelos alunos quanto pela administração das instituições envolvidas.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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