Max Milhas segue embalo da 123 Milhas e também pede Recuperação Judicial

Em um cenário econômico marcado por desafios e incertezas, a Max Milhas anunciou, na noite de quinta-feira (21), seu pedido de inclusão no processo de recuperação judicial da 123 Milhas, outra empresa pertencente ao mesmo grupo de viagens. Este movimento ressalta a delicadeza da situação financeira do setor, com uma dívida acumulada de R$ 226 milhões por parte da Max Milhas.

A Max, em seu pedido protocolado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não apenas trouxe à tona sua considerável dívida, mas também incluiu a Lance Hotéis, uma empresa recentemente adquirida por ela, no requerimento. Esta operadora, que até o momento estava à margem do processo, reforça que não enfrentava uma crise financeira tão acentuada quando a 123 Milhas inicialmente procurou o amparo da Justiça. No entanto, atualmente, a situação parece ter se complicado, fazendo a Max Milhas sentir os reflexos adversos da economia.

A empresa, visando proteger-se, busca não apenas a aprovação de seu pedido, mas também solicita que seus efeitos sejam antecipados. Além disso, pede um período de “blindagem” de 180 dias, o que, na prática, lhe daria uma trégua contra a cobrança de dívidas por seus credores.

O panorama mais amplo: R$ 2,5 bilhões em jogo

Ao considerarmos os prejuízos já divulgados anteriormente pela 123 Milhas, que giram em torno de R$ 2,3 bilhões, a soma total desta crise financeira alcança números exorbitantes: mais de R$ 2,5 bilhões. Isso foi evidenciado por uma decisão tomada na quarta-feira (20) pela Justiça, que decidiu suspender temporariamente a recuperação judicial da 123 Milhas, após solicitação do Banco do Brasil, um dos principais credores.

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A instituição bancária, ao justificar seu pedido, destacou que os documentos apresentados pela 123 Milhas não estavam em conformidade com as “prescrições legais aplicáveis”, comprometendo a transparência e o acesso a informações cruciais por parte de stakeholders e outros envolvidos no processo.

Recuperação judicial

Para aqueles que ainda desconhecem, vale esclarecer: a recuperação judicial é uma ferramenta legal utilizada por empresas que enfrentam dificuldades financeiras, mas que ainda veem potencial em sua operação. Em vez de decretar falência, estas empresas recebem um período para renegociar dívidas e ajustar operações, tudo sob a supervisão da Justiça. Durante um período de 180 dias, as dívidas são pausadas e a empresa tem a chance de se reestruturar.

A trajetória recente de gigantes do setor de viagens, como a Max Milhas e a 123 Milhas, reflete os desafios econômicos e financeiros enfrentados por muitas empresas brasileiras. A esperança é que, através dos mecanismos legais disponíveis, tais como a recuperação judicial, essas empresas possam encontrar um caminho sustentável para continuar operando e servindo seus clientes.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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