Vaticano permite sacerdócio a gays celibatários, mas veta promoção da ‘cultura gay’

Vaticano permite sacerdócio a gays celibatários, mas veta promoção da ‘cultura gay’
Praça de São Pedro no Vaticano - Foto: Mariana / Pixabay

O Vaticano autorizou homens gays a se tornarem sacerdotes, desde que permaneçam celibatários e se abstenham de promover a cultura gay. A diretriz foi publicada pela Conferência Episcopal Italiana (CIE) na quinta-feira (9), e será válida por um período experimental de três anos.

O documento, aprovado pela CIE em novembro, estabelece que pessoas com tendências homossexuais que desejam ingressar no clero devem se comprometer com o celibato, assim como seus pares heterossexuais. No entanto, a Igreja não pode admitir no Seminário e às Ordens Sacras aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente enraizadas ou apoiam a chamada cultura gay.

Segundo o documento, as pessoas mencionadas encontram-se, de fato, em uma situação que dificulta seriamente as relações corretas com homens e mulheres.

A nova regra, embora abra um caminho para homens gays no sacerdócio, não se distancia da ordem de 2016 do Papa Francisco, que proíbe homens que praticam a homossexualidade, [e] mostram tendências homossexuais profundamente enraizadas de se tornarem sacerdotes. A diretriz da CIE não altera essa determinação, mantendo a coerência com a postura anterior da Igreja.

O Papa Francisco, desde que assumiu o pontificado em 2013, tem feito declarações que geram diferentes interpretações sobre a homossexualidade. Em 2013, ao ser questionado se apoiava a entrada de homens gays no sacerdócio, respondeu quem sou eu para julgar?. Contudo, em 2018, recomendou que padres gays deixassem a Igreja, afirmando que é melhor para eles deixar o ministério ou a vida consagrada do que viver uma vida dupla.

Em 2023, o pontífice se desculpou após reclamar, em uma entrevista, que havia muita “frociaggine” (termo italiano para “viadagem”) ocorrendo nos seminários.

Apesar de o Papa nunca ter contradito o catecismo da Igreja Católica, que afirma que os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados, ele tem feito algumas concessões à comunidade LGBT, incluindo uma decisão em dezembro de 2023, que permite que padres abençoem casais não casados e do mesmo sexo.

A medida da Conferência Episcopal Italiana (CIE) representa um esforço do Vaticano para equilibrar a tradição da Igreja com as novas realidades sociais, mesmo que mantenha certas restrições para os candidatos ao sacerdócio.

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