O governo dos Estados Unidos anunciou um novo programa que oferecerá US$ 1 mil (aproximadamente R$ 5.680,00) e assistência de viagem a imigrantes que concordarem em deixar o país voluntariamente, em um processo denominado “autodeportação”. A iniciativa foi divulgada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS).
Segundo o DHS, o custo individual para a detenção e deportação de um imigrante sem status legal é de aproximadamente US$ 17.000 (cerca de R$ 96.575,00). O governo de Donald Trump argumenta que o incentivo financeiro e o auxílio com as passagens aéreas representam uma alternativa mais econômica.
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A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, declarou em comunicado que a autodeportação é a opção mais segura e econômica para imigrantes em situação irregular evitarem a prisão. Ela complementou que o DHS agora oferece assistência financeira e de viagem para auxiliar no retorno ao país de origem, através do aplicativo CBP Home.
Novo aplicativo e possibilidade de retorno aos EUA
Em março, o governo Trump renomeou o aplicativo lançado durante a administração Biden, originalmente chamado “CBP One”, para “CBP Home”. Enquanto no governo Biden a plataforma facilitava a entrada legal de imigrantes nos EUA, a administração Trump pretende utilizá-lo para auxiliar no processo de autodeportação.
Trump já havia mencionado a possibilidade de um auxílio financeiro em abril, indicando que os EUA poderiam considerar permitir o retorno de alguns imigrantes. “Se eles forem bons, se os quisermos de volta, trabalharemos com eles para voltarem o mais rápido possível”, afirmou.
No anúncio desta segunda-feira (5), o DHS declarou que aqueles que optarem por sair voluntariamente podem preservar a possibilidade de retornar legalmente ao país no futuro, embora não tenha especificado programas ou caminhos concretos para tal.
O governo dos EUA estima que esta política pode reduzir em 70% o custo de cada deportação, em média. As passagens para os países de origem dos “autodeportados” serão custeadas pelo governo norte-americano, segundo o anúncio.
Segundo o governo dos EUA, um cidadão de Honduras foi o primeiro a utilizá-lo para retornar a seu país, saindo de Chicago, e “bilhetes já foram reservados para esta e a próxima semana“.
Embora novo nos EUA, o programa de “autodeportação” já existe em diversos países da Europa, onde é chamado de “programa de retorno voluntário”. Em situações semelhantes, Portugal notifica imigrantes, incluindo brasileiros, para deixarem o país.
No Reino Unido, por exemplo, os cidadãos aprovados recebem um auxílio de 3 mil libras (cerca de R$ 22,5 mil), mas não podem regressar ao país ao longo dos cinco anos seguintes.