Xiaomi supera Tesla na preferência dos chineses por veículos elétricos, aponta pesquisa

A Xiaomi entregou 75.869 unidades da série SU7 no período e anunciou planos para expandir sua capacidade de produção
Xiaomi supera Tesla na preferência dos chineses por veículos elétricos, aponta pesquisa
Crédito da imagem: Xiaomi

A Xiaomi entregou 75.869 unidades do seu carro elétrico SU7 no primeiro trimestre de 2025 e já acumula mais de 258 mil unidades vendidas desde o lançamento da linha. O sucesso das vendas motivou a empresa a planejar a expansão de sua capacidade de produção.

A boa aceitação do SU7 também gerou otimismo sobre o novo modelo YU7, previsto para ser lançado oficialmente em julho. Segundo a Xiaomi, o interesse do público pelo YU7 já superou o do SU7 no mesmo estágio de pré-lançamento. O modelo deve custar a partir de 245.900 yuan (cerca de US$ 34 mil), competindo diretamente com o Tesla Model Y, que parte de 263.500 yuan (US$ 36.600).

Xiaomi supera Tesla na preferência dos chineses por veículos elétricos, aponta pesquisa
Crédito da imagem: Xiaomi

Durante a apresentação dos resultados financeiros, Lu Weibing, presidente do Grupo Xiaomi, afirmou que o YU7 atrai um público mais amplo que o SU7 e se mostrou confiante no sucesso do novo modelo. Ele disse que, no evento de apresentação da tecnologia YU7, o número de interessados foi três vezes maior que o registrado no evento do SU7.

No total, o segmento automotivo e de IA da Xiaomi gerou uma receita de 18,6 bilhões de yuan (US$ 2,58 bilhões) no primeiro trimestre, dos quais 18,1 bilhões vieram da venda de veículos. A margem de lucro bruto foi de 23,2%, mas ainda houve prejuízo operacional de 500 milhões de yuan (US$ 70 milhões).

Esse prejuízo representa uma perda média de 6.500 yuan (US$ 903) por carro vendido — bem menor que em 2024, quando a empresa perdeu cerca de 45.000 yuan (US$ 6.250) por unidade. No ano passado, a Xiaomi teve prejuízo total de 6,2 bilhões de yuan na venda de 136.854 veículos.

Lu explicou que o negócio ainda está nos primeiros estágios e não atingiu escala suficiente para ser lucrativo. Ele apontou que os altos investimentos iniciais em fábricas próprias e tecnologias exclusivas são parte do processo e que, com o aumento das entregas, as perdas devem continuar diminuindo.

Com base nas projeções atuais e na demanda aquecida por modelos como o SU7 Ultra, a empresa acredita que pode alcançar o ponto de equilíbrio ou até começar a lucrar já no segundo trimestre de 2025. Veja mais sobre o Xiaomi YU7 surge em imagens reais na cor Laranja Lava antes do lançamento.

Enquanto isso, a Tesla vê sua participação de mercado cair na China. Dados da CPCA mostram que, de janeiro a abril, a participação da Tesla no mercado de carros elétricos a bateria foi de 7,96%, abaixo dos 11,44% no mesmo período do ano anterior.

Entre janeiro e abril, a Tesla vendeu 163.338 carros no varejo chinês — queda de 0,31% em relação ao mesmo período de 2024. Apenas no primeiro trimestre, foram 134.607 unidades vendidas na China, 1,65% a mais que no ano anterior, mas 31,64% a menos que no quarto trimestre de 2024.

Hoje, a China é o segundo maior mercado da Tesla, atrás apenas dos Estados Unidos. Ainda assim, uma pesquisa do banco UBS mostra que a marca vem perdendo espaço. A Tesla caiu para 14% como principal escolha de carro elétrico na China, ficando atrás da BYD e da própria Xiaomi.

O relatório da UBS também destaca problemas nos EUA e na Europa. Nos EUA, a saturação do mercado, a linha de modelos limitada e o preço alto são pontos de atenção. Já na Europa, a imagem de Elon Musk pode ter afetado negativamente a marca.

Globalmente, a intenção de compra de um Tesla caiu de 39% para 36%, segundo a UBS. Como escolha número um dos consumidores, a participação da Tesla caiu de 22% para 18% no mundo todo, de 38% para 29% nos EUA e de 20% para 15% na Europa.

Na Europa, Audi e BMW superaram a Tesla na consideração da marca, disse a UBS. E a concorrência no mercado chinês é ainda mais acirrada, com marcas como a Changan que lança sedã elétrico com tecnologia inovadora de troca de baterias da CATL.

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