O CEO da Xiaomi, Lei Jun, fez um discurso direto aos funcionários da empresa em meio à comemoração de seus 15 anos. Mas, em vez de festa, o tom foi de reflexão, especialmente após um grave acidente envolvendo o carro elétrico SU7, que gerou críticas intensas à empresa.
Lei admitiu que a reação pública foi maior do que esperavam. “Ficamos chocados. A cobrança foi esmagadora”, disse. Mesmo com o modelo SU7 atingindo excelentes notas em testes de segurança, o caso mostrou que as pessoas esperam mais da Xiaomi do que a própria empresa imaginava.
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Ele reconheceu que a Xiaomi não pode mais se enxergar como uma novata na indústria automotiva. “Temos que assumir responsabilidades de uma gigante do setor”, afirmou. E reforçou um novo compromisso: tornar os carros da marca os mais seguros da categoria, acima dos padrões atuais do mercado.
Desde o acidente, a empresa vem fazendo reuniões internas para rever processos e fortalecer a governança e a segurança dos seus produtos. Lei também lembrou uma promessa feita publicamente no início de abril: “A Xiaomi nunca vai se esquivar dos problemas”.
Em meio a isso, o executivo destacou os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Nos últimos cinco anos, foram mais de 100 bilhões de yuans aplicados em inovação — com 30 bilhões reservados só para 2025.
Uma das maiores novidades anunciadas por Lei foi o lançamento, ainda este mês, do primeiro chip SoC para smartphones feito pela própria Xiaomi, o Xuanjie O1. Segundo ele, o projeto levou dez anos e representa um passo importante na busca da empresa por protagonismo tecnológico.
O discurso também resgatou momentos difíceis da trajetória recente da empresa. Ele relembrou 2019 como um dos anos mais desafiadores, mas destacou que a Xiaomi saiu mais forte. “A adversidade revela a força e o tempo revela a resistência”, citou.
Lei propôs que o aniversário de 15 anos fosse mais uma pausa para pensar do que para comemorar. Pediu que os funcionários olhem para o que foi construído com orgulho, mas com os olhos no futuro, sabendo que a jornada está longe do fim.
“No começo, achei que em 15 anos o mundo entenderia a Xiaomi. Hoje vejo que pode levar mais tempo – e tudo bem. Continuaremos até mostrar do que somos realmente capazes”, finalizou. Aliás, vale a pena conferir Controvérsia atinge Xiaomi SU7 Ultra: Propaganda enganosa e queda nas vendas para entender melhor esse cenário.