Em Washington D.C., veículos da Tesla foram alvo de vandalismo com mensagens que continham slogans sarcásticos pró-Elon Musk e críticas ao governo. As câmeras de segurança dos veículos registraram claramente os atos, e a polícia local está investigando a possibilidade de enquadrar o caso como crime de ódio, motivado por viés político contra a marca Tesla.
A Tesla e seu CEO, Elon Musk, têm se tornado figuras polarizadoras, seja pela tecnologia da empresa, pela personalidade de Musk, ou pelas associações políticas que a marca adquiriu. Em um ambiente politicamente carregado, até mesmo um simples dano a um Tesla pode ter sérias implicações legais, especialmente em Washington D.C. Incidentes como o incêndio em Roma que destruiu veículos Tesla mostram a vulnerabilidade da marca.

A relação entre Elon Musk e o cenário político da era Trump tem levado autoridades na capital americana a considerar se o vandalismo contra a marca pode ser processado como crime de ódio. Washington D.C. é tradicionalmente um reduto democrata, mas a prefeita Muriel Bowser parece estar respondendo à pressão crescente da administração Trump.
Essa situação é complexa, especialmente quando comparada com outros desafios enfrentados pela empresa, como o resgate de uma Ford F-150 pela Tesla Cybertruck, que gerou debates sobre a capacidade e imagem da marca.
Na semana passada, a Polícia Metropolitana de D.C. divulgou um comunicado à imprensa informando que está à procura de dois suspeitos que teriam vandalizado veículos Tesla no distrito. Segundo as autoridades, os suspeitos “escreveram discursos de ódio político nos veículos Tesla das vítimas e fugiram do local”.
As câmeras externas dos carros capturaram imagens nítidas de ambos os suspeitos, embora estivessem usando óculos de sol. A situação é semelhante ao caso do dono de Tesla que processou um vândalo após flagrante de câmera de segurança.
Vandalismo político
Ao contrário de outros incidentes, os Teslas não foram incendiados ou destruídos. Os danos foram superficiais, limitados a grafites políticos. O aspecto mais peculiar é que grande parte das mensagens não eram agressivas. Relatos da polícia indicam que as mensagens incluíam frases como “Vamos acabar com o estado administrativo! Compre um Tesla!” e “Go Doge, eu apoio Musk acabando com o departamento de educação”.
Outras mensagens incluíam “Eu gosto do que Musk está fazendo”, “Eu amo Musk e odeio o governo federal” e a mais controversa: “Pergunte-me sobre meu apoio aos nazistas”. As mensagens refletem uma mistura de sátira, performance e teste de Rorschach político. Esse tipo de incidente ocorre em um momento em que legisladores buscam restringir as vendas da Tesla em algumas regiões.
Washington D.C. é uma das poucas jurisdições que consideram “filiação política”, juntamente com raça, sexo e religião, como categorias de preconceito, o que significa que os residentes não podem discriminar alguém por ser democrata ou republicano. No entanto, isso não impede que alguém seja evitado por suas opiniões. Além disso, vale lembrar que o Canadá suspendeu incentivos para veículos elétricos da Tesla, o que demonstra a volatilidade do mercado para a empresa.
“Eu teria dificuldade em ver como grafites anti-Elon Musk constituiriam discriminação por filiação política”, disse Michael Selmi, professor de direito da Arizona State University. “A questão real é que há muito pouca jurisprudência interpretando filiação política em D.C. ou nas poucas outras jurisdições que a incluem.” Essa situação legal indefinida contrasta com outros eventos, como o caso do Tesla Model Y ‘Juniper’ 2026 encontrado destruído em leilão logo após o lançamento, ilustrando os altos e baixos da marca.