Novas tarifas de 10% impostas pelos Estados Unidos sobre a China geram preocupação na indústria automotiva. Embora a quantidade de veículos importados da China para os EUA seja relativamente pequena, as tarifas afetam significativamente as peças automotivas vindas do país asiático.
General Motors (GM) e Ford, duas das maiores montadoras dos Estados Unidos, são as mais afetadas pelas tarifas. A Lincoln produz o Nautilus na China, enquanto a GM fabrica o Buick Envision também em território chinês. Em 2023, foram vendidos 83.884 modelos Nautilus e Envision nos EUA, representando 95% de todos os carros fabricados na China e comercializados no país.
Volvo e Polestar também produzem veículos na China para exportação aos EUA. As quatro marcas ainda não se manifestaram sobre possíveis mudanças na produção ou nos preços devido às tarifas.
“GM e Ford são as mais atingidas em termos de volume”, afirma Jeff Schuster, vice-presidente de pesquisa automotiva da GlobalData. “Nossas empresas domésticas são as que mais sofrem, pelo menos para veículos completos… mas isso pode ser atenuado em certa medida.”
Dependência americana de autopeças chinesas
A questão das peças automotivas é ainda mais relevante. Segundo Mark Delaney, analista do Goldman Sachs, as tarifas sobre autopeças terão um impacto econômico maior.
“Embora as importações de veículos da China sejam mínimas, as importações de autopeças somam cerca de US$ 15-20 bilhões por ano, de acordo com a Comissão de Comércio Internacional dos EUA. A China é um elo fundamental na cadeia de suprimentos de baterias e armazenamento de energia, especialmente as baterias LFP usadas em sistemas de armazenamento de energia em larga escala”, explica Delaney.
Muitos veículos elétricos (VEs) populares nos Estados Unidos utilizam componentes chineses. Por exemplo, estima-se que o Hyundai Kona EV tenha cerca de 50% de suas peças provenientes da China. Outros modelos incluem o Hyundai Ioniq 5 N (30%), Kia EV9 (35%), Nissan Ariya EV (40%), Toyota RAV4 PHEV (20%) e Toyota bZ4x (20%).
