O CEO da Ford, Jim Farley, expressou preocupação com os planos de tarifas propostos por Donald Trump, argumentando que, em vez de fortalecer a manufatura nos Estados Unidos, essas medidas podem dificultar o crescimento do setor.
A propensão do ex-presidente Donald Trump em utilizar tarifas como ferramenta de barganha em acordos comerciais tem gerado críticas de analistas e comentaristas da indústria automotiva. Um relatório da Jato Dynamics, divulgado em 5 de fevereiro de 2025, aponta para um cenário desfavorável caso tarifas de 25% sobre bens mexicanos e canadenses sejam reinstauradas em março. O estudo indica que haveria aumento de preços para todos os envolvidos.
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A possibilidade de medidas similares contra importações da União Europeia poderia desestabilizar os principais mercados parceiros dos EUA. Essa postura agressiva pode lembrar a guerra tarifária de Trump que atingiu aço e alumínio, causando preocupação no setor automotivo.
Durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre de 2024 da Ford, Jim Farley já havia questionado a imposição de tarifas de 100% sobre veículos elétricos (VEs) chineses. Admirador da tecnologia desenvolvida por novas empresas chinesas, como a Xiaomi, embora ressalve preocupações com segurança de dados e subsídios estatais, Farley defendeu que as montadoras americanas deveriam ser capazes de competir de igual para igual em termos de excelência de produto.
A implicação é que as tarifas distorcem a concorrência justa, prejudicando os consumidores. O CEO da Ford defende uma análise abrangente de tarifas para nivelar a competição no setor automotivo.