A decisão de isentar carros com mais de 25 anos da nova tarifa de importação de 25% foi recebida com alívio por colecionadores e comerciantes nos Estados Unidos. A medida, parte das políticas do governo Trump, visa proteger a indústria local, mas felizmente não atinge os veículos clássicos, cuja entrada no país continuará sujeita à taxa padrão de 2,5%.
Para o setor de carros antigos, a mudança foi essencial. Uma tarifa de 25% poderia ter inflacionado brutalmente os preços. Um Lancia Delta Integrale, por exemplo, passaria de 100 mil para 125 mil dólares. Já clássicos como o Ford RS200 ou Ferraris dos anos 1960 poderiam ter aumentos ainda mais expressivos, chegando a milhões.

A isenção segue a regra já existente nos EUA que permite a importação de veículos com mais de 25 anos, mesmo que não cumpram os padrões atuais de segurança e emissões. Desde que tenham essa idade mínima, podem circular legalmente nas ruas americanas. Modelos mais recentes, como o BMW M3 CSL E46 ou o Subaru Impreza RA-R, ainda não completaram 25 anos e, por isso, estão sujeitos à nova tarifa.
Enquanto isso, montadoras como Audi e Jaguar Land Rover suspenderam entregas temporariamente nos EUA, já que os modelos novos que importam estão agora sujeitos à taxa mais alta. Para empresas especializadas em veículos clássicos — muitas delas dependentes da clientela americana — a isenção garante a continuidade dos negócios.
Segundo a Hagerty, há cerca de 43 milhões de carros clássicos nos EUA, avaliados juntos em mais de 1 trilhão de dólares. Uma taxação extra seria um golpe devastador para esse setor, que movimenta não só vendas, mas também seguros, peças, restaurações e eventos automobilísticos em todo o país.
Advogados e especialistas também apontaram que a cobrança da nova tarifa não faria sentido financeiro. Além de encarecer os carros e dificultar sua venda, o governo deixaria de arrecadar impostos estaduais sobre essas transações. Em alguns casos, a perda de receita poderia chegar a centenas de milhares de dólares por veículo. Assim, mesmo sem saber se Trump é um entusiasta de clássicos, a decisão foi, no fim, uma escolha econômica lógica.
A ação de Jay Leno no Capitólio da Califórnia, defendendo uma lei que isentaria carros com 35 anos ou mais de inspeções de emissões, soma-se aos motivos para os colecionadores americanos celebrarem. E por falar em mercado automotivo, você viu que a BYD Reino Unido superou as vendas de 2024 em apenas um trimestre de 2025?