Resumo da Notícia
A Stellantis deu um passo histórico ao anunciar um investimento de US$ 13 bilhões nos Estados Unidos para os próximos quatro anos — o maior em seus 100 anos de presença no país. A estratégia prevê ampliar sua base industrial, reforçar a linha de produtos e abrir milhares de vagas de trabalho em estados-chave do cinturão automotivo americano.
O pacote financeiro, detalhado nesta terça-feira, contempla o lançamento de cinco novos modelos, a produção de um novo motor de quatro cilindros e a criação de mais de 5 mil empregos em fábricas localizadas em Illinois, Ohio, Michigan e Indiana. A expectativa é elevar a produção anual de veículos em 50% e garantir fôlego extra para a marca diante de desafios comerciais e tarifários.
Não perca nada!
Faça parte da nossa comunidade:
A empresa também busca se blindar contra eventuais tarifas automotivas impostas pelo governo do presidente Donald Trump, que podem custar cerca de US$ 1,7 bilhão neste ano. Segundo o CEO Antonio Filosa, as tarifas serão tratadas como “mais uma variável de negócios a ser administrada”.
Entre os projetos confirmados, está a reabertura da fábrica de Belvidere, em Illinois — fechada em 2023 —, que voltará a produzir dois modelos Jeep a partir de 2027 e deve gerar cerca de 3.300 empregos. O plano inclui ainda a expansão de unidades em Ohio e Indiana, além de reforços em Michigan, um dos polos estratégicos da companhia.
Com um aporte de US$ 600 milhões, a fábrica de Belvidere será modernizada para receber novos programas de veículos. Outra parte do investimento — cerca de US$ 400 milhões — será usada para transferir a produção de uma picape média para Toledo, onde já são montados o Jeep Wrangler e Gladiator, agregando mais de 900 vagas.
A Stellantis também vai investir US$ 100 milhões na modernização da planta de Warren Truck, para produzir um SUV grande elétrico com autonomia estendida a partir de 2028. O projeto deve abrir mais 900 empregos. Outros US$ 130 milhões serão aplicados na fábrica de Jefferson, em Detroit, para preparar a nova geração do Dodge Durango.
O motor GMET4 EVO, peça-chave da nova estratégia, será produzido em Kokomo a partir de 2026, com investimento de US$ 100 milhões e a criação de 100 postos de trabalho. Ao todo, os recursos cobrem também pesquisa, desenvolvimento e cadeia de fornecedores — pilares centrais do plano industrial.
Hoje, a Stellantis mantém 34 instalações industriais e de P&D nos EUA, emprega 48 mil pessoas e opera com 2.600 concessionárias e 2.300 fornecedores espalhados por 14 estados. A expansão reforça a posição da empresa no maior mercado automotivo do mundo.
O anúncio foi bem recebido por sindicatos e analistas. O presidente do United Auto Workers, Shawn Fain, afirmou que a decisão mostra que tarifas direcionadas podem, de fato, gerar empregos sindicais de qualidade. Especialistas da AutoForecast Solutions também destacaram o impacto positivo.
Para Antonio Filosa, o investimento não é apenas um plano de expansão, mas um marco estratégico: “Ao iniciarmos nossos próximos 100 anos, colocamos o cliente no centro, ampliando nossa linha e reforçando nossa base nos EUA”, disse. “O sucesso na América fortalece toda a Stellantis globalmente”, completou o executivo.
