A Renault, como outras montadoras, desenvolve diversos projetos que, embora aprovados em design e engenharia, acabam não chegando ao mercado por diversas razões. Um desses projetos, mantido em segredo até sua recente revelação, é o Renault Atlas.
O Atlas surgiu em 2013, com o código interno HJA, como uma possível variante cupê do Renault Captur. Na época, o Captur já era comercializado no Brasil, utilizando a plataforma B0 do Duster, e compartilhava elementos com o Kaptur russo e seu similar ucraniano. Na Europa, o Captur já existia desde 2011, posicionando-se como um SUV compacto concorrente do Peugeot 2008.
Apesar do sucesso do Captur, a Renault viu potencial em uma versão com estilo cupê, dando origem ao projeto do Atlas. Construído inicialmente como um mockup pintado em laca para apresentações internas, o veículo nunca foi destinado a salões automotivos. O departamento de design da Renault apostou no conceito, utilizando um marcante tom de laranja Valência para a apresentação.
Essa cor, posteriormente, foi usada no Renault Clio V e no Arkana, mas o Atlas não teve continuidade. O SUV cupê teria um visual mais radical que o modelo tradicional, com janelas traseiras integradas à carroceria e linhas que criavam para-lamas traseiros bem definidos. As rodas, com pneus 245/45 R19, imitavam liga leve, e as maçanetas traseiras eram embutidas.
Segundo Laurens van den Acker, chefe de design da Renault, o conceito do SUV cupê era algo ainda não explorado na época. Ele destaca o trabalho de Jérémy Sommer, responsável pelo design do Atlas e também do Scénic IV. Curiosamente, existe um protótipo adicional do Atlas, feito em argila e na cor cinza.
Para suportar as grandes rodas, o conceito utilizou a plataforma do Mégane. Embora o Atlas não tenha se tornado um produto de mercado, sua ideia foi fundamental para o desenvolvimento do Renault Arkana, lançado em 2019, três anos depois.