O clima em torno de Elon Musk e da Tesla tem se tornado cada vez mais tenso, com protestos ganhando força em diversos países. As manifestações, que antes se limitavam a atos de vandalismo, agora incluem invasões de concessionárias, incêndios em estações de carregamento e, em alguns casos, relatos de violência.
Embora Musk atribua a onda de protestos a grupos políticos de esquerda, as evidências que sustentam essa alegação ainda são limitadas. O que se observa é um crescente descontentamento, inclusive entre proprietários de veículos elétricos, que antes viam em Musk uma figura emblemática do setor. As vendas da Tesla na China sofrem queda em fevereiro, um indicativo de que a marca pode estar enfrentando dificuldades.

Nos últimos meses, incidentes isolados contra Musk e a Tesla se multiplicaram. Proprietários de veículos da marca relatam casos de vandalismo, como carros cobertos com adesivos e pichações, além de ameaças. No entanto, os protestos ultrapassaram o âmbito individual e passaram a atingir a infraestrutura da empresa.
Estações de carregamento em diversos estados têm sido alvo de vândalos, que danificam os conectores, cobrem as entradas com espuma, fazem pichações com símbolos de cunho nazista e, em casos mais graves, ateiam fogo.
O vandalismo também se estende às concessionárias, com relatos de disparos de arma de fogo contra veículos e instalações. Uma concessionária Tesla em Oregon é alvo de tiros, mostrando a escalada da violência.

Manifestações em grupo contra Elon Musk
Em Nova York, manifestantes chegaram a ocupar uma concessionária da Tesla em Manhattan, resultando na prisão de seis pessoas. Em Chicago, um grupo de manifestantes organizou um protesto intitulado Take Down Tesla, Trump, and Tyranny (Derrube Tesla, Trump e a Tirania), com forte presença policial para proteger a concessionária local.
A Visão de Musk
Musk alega que os protestos são orquestrados por grupos financiados pela ActBlue, uma organização política de esquerda. Segundo ele, a ActBlue recebe recursos de figuras como “George Soros, Reid Hoffman, Herbert Sandler, Patricia Bauman e Leah Hunt-Hendrix”.
Apesar das alegações de Musk, não há evidências concretas que liguem a ActBlue ou outras entidades políticas aos protestos. A motivação por trás das manifestações permanece incerta, podendo ser resultado de um movimento espontâneo de descontentamento, uma conspiração orquestrada ou uma combinação de ambos.
O que é inegável é que a imagem de Musk tem se deteriorado, e a Tesla, consequentemente, tem sofrido as consequências. Proprietários de veículos da marca, que nada têm a ver com as controvérsias políticas envolvendo o empresário, acabam sendo prejudicados por sua associação com a empresa.
Incidentes como o incêndio que destrói Cybertrucks da Tesla em Seattle apenas reforçam essa percepção negativa. Para aqueles que buscam alternativas, vale a pena notar que a Kia Noruega provoca Elon Musk com adesivo em EV3, demonstrando o acirramento da competição no mercado de veículos elétricos. A Geely relança a minivan elétrica LEVC L380 com preço reduzido na China, mostrando outras opções no mercado de elétricos.